PUBLICIDADE

Oriente Médio

Líbano: milhares de muçulmanos protestam contra filme anti-Islã

22 set 2012 - 14h49
(atualizado às 15h31)
Compartilhar

Milhares de pessoas saíram às ruas da cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano, neste sábado, para protestar contra o vídeo sobre o profeta Maomé, na quarta passeata convocada por grupos xiitas, entre eles, o Hezbollah. "Morte a Israel e aos Estados Unidos", ou "Vida para Maomé, morrer pelo Islã", foram algumas das frases que os manifestantes cantaram e escreveram em cartazes durante a concentração, de acordo com imagens divulgadas pela imprensa local. Além disso, os presentes levaram bandeiras libanesas e do Hezbollah, assim como fotografias do líder do grupo, o xeque Hassan Nasrallah.

Menina segura um exemplar do Alcorão em um protesto contra o filme Inocência dos Muçulmanos, em Bint Jbeil
Menina segura um exemplar do Alcorão em um protesto contra o filme Inocência dos Muçulmanos, em Bint Jbeil
Foto: AP

Veja imagens do polêmico filme anti-Islã
Protestos, dia 1: embaixador dos EUA na Líbia é morto
Protestos, dia 2: Obama promete fazer justiça


Protestos, dia 3: embaixada dos EUA no Iêmen é cercada
Protestos, dia 4: fúria se espalha por África e Oriente Médio
Protestos, dia 5: Al-Qaeda convoca muçulmanos para novos ataques
Protestos, dia 6: Líbia prende 50 pessoas por ataques à embaixada
Protestos, dia 7: manifestações chegam à Indonésia

Sacerdotes cristãos também participaram da passeata, dando os braços aos xeques muçulmanos em sinal de apoio. "Viemos todos, cristãos e muçulmanos, para dizer ao profeta de Deus que estamos a sua disposição", disse o deputado libanês Ali Bazzi, que pertence ao partido xiita Amal, cujo líder é o chefe do Parlamento do país, Nabih Berri.

Bazzi manifestou que "há uma linha vermelha para a liberdade de expressão quando os símbolos religiosos são atacados". O responsável de Relações Internacionais do Hezbollah, Amar Musawi, afirmou que os motivos do protesto são condenar o filme sobre Maomé produzido nos Estados Unidos e a "agressão sistemática da administração americana contra os muçulmanos".

As manifestações no Líbano por conta do filme sobre o profeta Maomé - que desencadeou uma onda de protestos em países muçulmanos - começaram na semana passada, quando houve distúrbios que deixaram um morto e vários feridos na cidade de Trípoli. Na segunda-feira, o líder do Hezbollah, Hassah Nasrallah, protagonizou uma incomum aparição pública durante um protesto realizado no sul de Beirute, enquanto na sexta-feira foram registradas várias manifestações em outras partes do país.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestações têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança pela morte do número 2 da rede terrorista no Iêmen em um ataque do Exército.

EFE   
Compartilhar
Publicidade