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África

Líbia prende 50 pessoas por ataques à embaixada americana

16 set 2012 - 11h43
(atualizado às 13h41)
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O presidente da Líbia, Mohammed el-Magariaf, em entrevista ao canal CBS, disse que cerca de 50 pessoas envolvidas no ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, que terminou com a morte embaixador americano, foram presas.

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Magariaf afirmou que as evidências encontradas até o momento "não deixam nenhuma dúvida" que o ataque foi planejado. "Foi planejado, sem dúvida, foi planejado por estrangeiros, por pessoas que ingressaram no país há alguns meses e que estavam planejando este ato criminoso desde sua chegada", insistiu.

O presidente líbio assegurou que os supostos autores do ataque estão vinculados de alguma maneira à rede terrorista Al Qaeda, como filiados ou simpatizantes, mas admitiu que as autoridades líbias ainda desconhecem as "verdadeiras intenções dos criminosos". Magariaf afirmou que os envolvidos no ataque "entraram na Líbia procedentes de diferentes lugares. Alguns deles, de Mali e da Argélia".

O presidente ressaltou que os "horríveis atos criminosos" que acabaram com a vida do embaixador Chris Stevens e seus companheiros "não têm nada a ver, em nenhum sentido, com as aspirações e os sentimentos do povo líbio em relação aos EUA e seus cidadãos". Além disso, afirmou que apesar da situação delicada de segurança na Líbia não há perigo específico para os americanos ou outros estrangeiros.

No entanto, o presidente recomendou que os agentes do FBI esperem um pouco para viajar para a Líbia para iniciar investigações. "Talvez seja melhor que esperem um momento, por um tempo. Até que façamos o que temos que fazer nós mesmos", disse.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.

EFE   
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