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Oriente Médio

Al-Qaeda convoca muçulmanos para atacar interesses dos EUA

15 set 2012 - 15h45
(atualizado em 17/9/2012 às 10h32)
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A rede terrorista Al-Qaeda convocou neste sábado os muçulmanos a seguir atacando os interesses dos Estados Unidos para protestar contra o filme que ridiculariza o profeta Maomé, no momento em que diminui a tensão após quatro dias de revolta.

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A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) afirma que o ataque contra o consulado na cidade líbia de Benghazi foi motivado tanto pelo filme como pela morte do número dois do movimento, Abu Yahya al Libi, eliminado em junho em um ataque americano no Paquistão.

"Façamos da expulsão das embaixadas e dos consulados uma etapa da libertação das terras árabes da hegemonia e da arrogância americanas", diz a AQPA em um comunicado na Internet monitorado pela rede de vigilância SITE.

Diante dos ataques contra seus interesses, os Estados Unidos estão enviando forças militares à região e o secretário da Defesa, Leon Panetta, destacou que o país deve "estar preparado para a hipótese de as manifestações" saírem do controle.

Washington anunciou o envio de 100 fuzileiros navais à Líbia, onde o embaixador Chris Stevens e outros três funcionários morreram no ataque ao consulado em Benghazi, na terça-feira passada.

No Iêmen, quatro manifestantes morreram na quinta-feira durante um protesto diante da embaixada americana, mas o Parlamento iemenita rejeitou neste sábado a presença de militares americanos em seu território. Washington planejava ainda o envio de 50 fuzileiros navais a Cartum, mas o Sudão também rejeitou o pedido americano.

O filme Innoncence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos), que mostra o profeta Maomé como imoral e brutal, provocou violentos protestos diante das representações diplomáticas dos Estados Unidos no Cairo e em Benghazi, que depois se espalharam a outros países.

Na sexta-feira, os protestos sacudiram Iraque, Irã, Iêmen, Egito, Síria, Marrocos, Argélia, Tunísia, Sudão e Líbano, além de vários países muçulmanos na Ásia, deixando ao menos onze manifestantes mortos.

Nesta sábado, não houve qualquer manifestação importante nas capitais árabes, e os protestos mais significativos ocorreram na Indonésia e na Austrália.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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