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África

Manifestantes e policiais voltam a se enfrentar no Cairo

15 set 2012 - 09h31
(atualizado às 10h44)
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Confrontos perto da Embaixada dos Estados Unidos no centro de Cairo entre a polícia e egípcios furiosos sobre um filme que denigre o profeta Maomé entraram em seu quarto dia na manhã deste sábado, deixando um manifestante morto e dezenas de feridos.

Confrontos perto da Embaixada dos Estados Unidos no centro de Cairo, por causa de um filme que denigre o profeta Maomé, entraram no quarto dia
Confrontos perto da Embaixada dos Estados Unidos no centro de Cairo, por causa de um filme que denigre o profeta Maomé, entraram no quarto dia
Foto: AP

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Os confrontos passaram a ocorrer em uma rua principal, às margens do rio Nilo, depois que as autoridades fecharam a rua que leva para a embaixada norte-americana. Os manifestantes, muitos dos quais estão decididos a invadir a embaixada, agora estão buscando rotas alternativas para o lugar.

Um manifestante de 35 anos morreu no fim da sexta-feira, três dias após os manifestantes terem subido no muro da embaixada e rasgarem uma bandeira dos Estados Unidos. Centenas de manifestantes se reuniram em ruas próximas até tarde da noite, atirando pedras na polícia e bombas de gasolina enquanto eram expulsos da proximidade da embaixada.

A agência de notícias estatal disse que 27 pessoas ficaram feridas na sexta-feira. Considerado as informações dadas nos últimos dias, isso sugere que mais de 250 pessoas foram feridas durante os protestos nesta semana.

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, um islamista e o primeiro líder eleito livremente, tem de encontrar um equilíbrio delicado, cumprindo a promessa de proteger a embaixada, mas também oferecendo uma linha robusta contra o filme para satisfazer os seus aliados islâmicos. No Sinai, militantes atacaram uma base internacional de observação perto da fronteira de Israel e Gaza, disse uma testemunha e uma fonte de segurança. Dois soldados colombianos foram feridos, disse um representante da força de observação.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.

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