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SP: manifestantes permanecem acampados em frente a sede do governo

7 ago 2013 - 21h08
(atualizado às 21h21)
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Os manifestantes pedem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a recente denúncia de formação de cartel nas licitações do metrô e trens de São Paulo
Os manifestantes pedem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a recente denúncia de formação de cartel nas licitações do metrô e trens de São Paulo
Foto: Alex Falcão / Futura Press

Cerca de 20 manifestantes permanecem acampados, desde sábado (3), em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo, na zona sul da capital paulista, onde reside o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O número de ativistas varia de acordo com o horário. Segundo eles, à noite, o número de pessoas no acampamento chega a mais que dobrar.

“Está vindo mais gente, o pessoal está se revezando porque ninguém aqui é vagabundo, todo mundo é trabalhador ou estudante. Um trabalha à noite, de madrugada, e vem durante o dia. O que trabalha durante o dia vem de noite, ou sai da faculdade e vem para cá”, disse Renato Jorre, estudante de Direito.

Os manifestantes pedem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a recente denúncia de formação de cartel nas licitações do metrô e trens de São Paulo. Querem também a desmilitarização da polícia e a responsabilização do governo estadual em casos de violações de direitos humanos, entre eles os ocorridos na reintegração de posse da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, e do Massacre do Carandiru.

“Os que não podem vir e passar a noite aqui, participam das assembleias, dão ideias, ajudam na confecção de cartazes, e fazem doações. Inclusive, os moradores da região (do bairro do Morumbi) estão colaborando bastante, doando comida e água. Mas a gente não vai agradar todo mundo. Existem os reacionários, que estão xingando. Mas a maioria apoia”, destacou Jorre.

Os manifestantes disseram que até hoje não houve confronto com a polícia que faz a guarda do palácio e que a situação é tranquila. O acampamento conta, frequentemente, com transmissão ao vivo do grupo Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação (Ninja). 

Procurado, o Palácio Bandeirantes informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre o assunto.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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