PUBLICIDADE

Procurador do DF defende racionalidade de tropas de choque em protestos

21 ago 2013 - 21h57
(atualizado às 21h59)
Compartilhar
Exibir comentários

Ao falar sobre a legalidade das ações de choque das polícias militares, em simpósio sobre o tema iniciado nesta quarta-feira em Brasília, o procurador do Distrito Federal, Robson Caetano Souza, disse que o controle da multidão exige moderação das tropas. "Os policiais devem agir de maneira proporcional e racional, tem que ser razoável diante de uma situação objetiva e tem que ter concentração total para não ter erro. É preciso cuidado com o uso excessivo de material, como bala de borracha", disse o procurador.

O tema foi discutido durante o primeiro dia de trabalhos do 1º Simpósio Nacional de Operações de Choque e Patrulhamento Tático para Grandes Eventos, que vai até o dia 23. O objetivo do evento é integrar policiais militares e profissionais de segurança pública do Distrito Federal e de outras unidades da Federação.

Marcelo Barros, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça participou da abertura do evento representando a secretária nacional Regina Miki, que não pôde comparecer à abertura "O País mostrou com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a Copa das Confederações que temos condições de receber um grande número de pessoas", disse Marcelo Barros.

A tenente-coronel Cynthiane Maria Santos, comandante do Batalhão de Polícia de Choque do Distrito Federal, disse que o evento está discutindo o emprego das tropas de choque em grandes eventos, entre outros temas. "Vamos conversar, trocar experiência avaliando eventos e manifestações que ocorreram anteriormente".

O simpósio prossegue no auditório do Museu da Imprensa Nacional e conta com a participação de cerca de 350 profissionais de segurança pública de nove estados e do Distrito Federal.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade