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Política

Em tom duro, Dilma fala em usar a força contra caminhoneiros

Presidente garantiu que governo "não ficará quieto" em manifestações que bloqueiam rodovias em diversos Estados

3 jul 2013 - 12h11
(atualizado às 12h14)
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Em discurso nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff endureceu o tom em relação ao protesto de caminhoneiros, que vêm bloqueando rodovias há três dias em diferentes Estados do País. Fazendo alusão à bandeira da República, ela disse que o País é feito de progresso, mas requer ordem. Dilma afirmou que seu governo "não ficará quieto" frente a esse tipo de manifestação e indicou que deverá usar a força, se necessário, para remover os bloqueios.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

"É fundamental no País que estradas não sejam interrompidas, e o meu governo não ficará quieto perante o processo de interrupção de rodovias. Ordem significa democracia, mas também respeito às condições de produção e circulação da vida dos brasileiros", afirmou ela. 

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"Não concordamos com processos que levem a qualquer tipo de turbulência nas atividades produtivas e na vida das pessoas. O Brasil precisa de ordem tanto para sua democracia quanto para sua economia e para a vida de cada um dos brasileiros", completou a presidente.

Nesta quarta, um dia depois de a Justiça Federal ter acatado o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e determinado o desbloqueio das rodovias federais que cortam Minas Gerais, caminhoneiros liberaram nesta quarta-feira trechos da BR-381, a rodovia Fernão Dias, que liga o Estado a São Paulo. Os protestos seguem na Bahia e no Rio Grande do Sul.

Ontem, o ministro dos Transportes, César Borges, garantiu que o governo vai tomar as providências necessárias para evitar os bloqueios de caminhoneiros nas estradas e criar uma câmara com representantes do setor de transporte de cargas para discutir os problemas da área. O objetivo é ampliar o diálogo e buscar soluções rápidas para evitar situações de paralisação como as que vêm ocorrendo atualmente.

"O Brasil e o governo federal não podem assistir passivamente a esta situação. O governo tomará todas as medidas que estiverem a seu alcance para que o Brasil tenha tranquilidade, todas as cargas cheguem a seu destino e a economia brasileira flua", disse o ministro. Borges disse que não é possível atender a todas as reivindicações dos caminhoneiros. A isenção de pedágio, por exemplo, pode prejudicar contratos de concessão, ressaltou.

Os profissionais pedem também subsídio ao óleo diesel, criação de estrutura exclusiva para atender ao transporte rodoviário de cargas e aprimoramento da lei conhecida como Lei do Caminhoneiro. Ao comentar essas demandas, Borges explicou que o diesel já é subsidiado, que o Ministério dos Transportes tem uma secretaria com a função da estrutura pedida pelos manifestantes e que o governo apoia o aprimoramento da lei.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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