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Dilma defende robustez fiscal e nega mudança na equipe econômica

1 jul 2013 - 20h28
(atualizado às 20h47)
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<p>A presidente Dilma Rousseff entre o vice, Michel Temer, e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante reunião ministerial</p>
A presidente Dilma Rousseff entre o vice, Michel Temer, e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante reunião ministerial
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / Divulgação

A presidente Dilma Rousseff descartou mudanças no momento em sua equipe econômica, e reforçou a necessidade do País ter as contas públicas equilibradas para ajudar no controle da inflação e atravessar o período de transição para uma política monetária menos expansionistas nos Estados Unidos.

"Não está a vista nenhuma (mudança na equipe econômica)", disse a presidente em uma rara entrevista coletiva nesta segunda-feira, durante reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília.

A presidente reuniu nesta segunda-feira seu ministério para discutir os cinco pactos acordados com governadores e prefeitos após as manifestações de rua, com atenção à robustez fiscal e à reforma política.

Mesmo defendendo o equilíbrio fiscal, a presidente disse que não irá cortar gastos sociais para poder atender às demandas das ruas.

"Meu governo jamais negociará qualquer redução de gasto social", disse a presidente, acrescentando que a redução dos gastos sociais não está na pauta de reivindicações das ruas.

Reforma política

Dilma afirmou que enviará nesta terça-feira uma sugestão para o plebiscito sobre a reforma política à Câmara e ao Senado, e que gostaria de ver as mudanças já em vigor para as eleições de 2014, embora tenha reconhecido que isso não depende do governo.

Entre as sugestões de temas para o plebiscito, Dilma citou o sistema de financiamento das campanhas e de voto vigentes, mas ressaltou que caberá ao Congresso definir as perguntas que serão feitas à população.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

Dilma e oposição ainda discutirão reforma políticaClique no link para iniciar o vídeo
Dilma e oposição ainda discutirão reforma política

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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