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Cardozo convoca reunião com SP e Rio, mas descarta uso da Força Nacional

Ministro da Justiça disse que é necessário traçar uma estratégia conjunta para reprimir crimes praticados durante manifestações

29 out 2013 - 16h40
(atualizado às 16h47)
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<p>Ministro recriminou atos de vandalismo cometidos durante protesto em São Paulo</p>
Ministro recriminou atos de vandalismo cometidos durante protesto em São Paulo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira que irá se reunir na manhã da próxima quinta, em Brasília, com os secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, e do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para discutir a possibilidade de ações contra as manifestações de vandalismo que vêm ocorrendo nas duas cidades. Segundo o ministro, o objetivo é traçar uma estratégica conjunta "para dar uma resposta unitária e correta nos termos da lei", aos atos de vandalismo.

Cardozo disse que os policiais e o Estado precisam respeitar o direito de protesto dos manifestantes, mas que não pode compactuar com atitudes de vandalismo. É nessa hora, frisou, que os órgãos de segurança precisam agir conjuntamente.

Veja momento em que coronel é agredido em protesto em SP:

"Essa situação (manifestações pacíficas) não se confunde com o abuso da liberdade de manifestação, com a depredação, com o vandalismo. Infelizmente, isso tem ocorrido de forma recorrente em várias cidades, o desvio daquilo que seria uma manifestação pacífica por alguns elementos, algo que não podemos aceitar", disse Cardozo.

O ministro condenou os protestos que interditaram trechos da rodovia federal Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, e avenidas na região da Vila Medeiros, zona norte de São Paulo, e que resultaram em saques, além de ônibus e caminhões destruídos. Ainda assim, ele reiterou que ainda não vê necessidade do envio de homens da Força Nacional para auxiliar a polícia. Na avaliação dele, o Estado dispõe de um efetivo significativo de policiais militares e civis, mas que, "se for necessário, sem sombra de dúvida" enviará.

"Eu não vejo necessidade em um primeiro momento (de convocação da Força Nacional de Segurança). É mais uma questão operacional que deve ser acertada. São Paulo é um Estado forte, possui um grande contingente policial e não creio que necessite da Força Nacional de Segurança Pública. Mas, se for necessário, sem sombra de dúvidas a Força entrará em ação", disse o ministro.

Cardozo afirmou ainda que pretende chamar o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para participar da reunião com os secretários de segurança.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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