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Polícia

Alckmin prega 'tolerância zero' contra vândalos infiltrados em protestos

Governador de São Paulo disse que agressões a policiais "não ficarão impunes". "A PM manterá firmeza e equilíbrio", garantiu

27 out 2013 - 22h38
(atualizado às 22h48)
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<p>Soldado à paisana saca pistola para proteger coronel de agressões de grupo</p>
Soldado à paisana saca pistola para proteger coronel de agressões de grupo
Foto: Reuters

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a usar o Twitter na noite deste domingo para tecer duras críticas às depredações ocorridas em manifestações populares na capital paulista. Em tom enérgico, Alckmin prometeu "tolerância zero" para impedir que "manifestações legítimas" sirvam de abrigo para vândalos, a quem classificou de "covardes".

"Vamos separar o joio do trigo. As manifestações pacíficas serão protegidas. Para os vândalos, tolerância zero", pregou o governador. "Não vão ficar impunes. Vamos identificar quem agrediu policiais e provocou depredações em São Paulo", garantiu, em referência à agressão ao coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi, espancado por um grupo de mascarados em meio a um protesto que transcorria pacificamente no centro de São Paulo, na noite da última sexta-feira.

"Conversei com o coronel Reynaldo Rossi ontem e felizmente ele está bem", anunciou Alckmin. Segundo o governador, "80 pessoas foram fichadas" durante a manifestação promovida pelo Movimento Passe Livre (MPL), "algumas já com antecedentes de outras manifestações".

"Vamos combater os vândalos covardes que se escondem atrás de manifestações legítimas para agredir e depredar. São criminosos que usam a violência para provocar uma reação policial. A PM manterá firmeza e equilíbrio", disse Alckmin.

Veja momento em que coronel é agredido em protesto em SP:

Coronel da PM é agredido em São Paulo

De acordo com a Polícia Militar, o coronel Reynaldo Simões Rossi foi cercado durante confronto entre manifestantes e policiais no terminal Parque Dom Pedro II, na noite de sexta-feira. Rossi disse ter fraturado os dois omoplatas - um integralmente; outro, parcialmente -, além de ter sofrido lesões na cabeça, nas pernas e no abdômen. O rádio e a arma do oficial foram roubados pelos manifestantes, mas foram recuperados posteriormente.

"Nós fomos surpreendidos por um grupo de vândalos, de criminosos. Eles passaram a agredir a mim e a meu policial. Eu me recordo que eu fui projetado ao solo a partir de uma pancada na cabeça que eu levei. Na segunda onda de agressões, eu já estava perdendo um pouco a lucidez", disse Rossi, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, exibido na noite de sábado.

Agressor de coronel é identificado e preso

Após a manifestação de sexta-feira, 92 pessoas foram detidas, sendo levadas para o 1º DP, para o 6º DP e para o 78º DP. Porém, apenas oito delas seguem presas, incluindo um dos suspeitos de agredir o coronel. Paulo Henrique Santiago dos Santos, que se identificou como comerciante, foi indiciado por tentativa de homicídio e lesão corporal contra o coronel da PM, além de lesão corporal e roubo. Ele será encaminhado para o presídio de Belém. Outros sete foram indiciados por dano qualificado, formação de quadrilha e explosão. Além disso, três menores foram encaminhados para Fundação Casa.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi

assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas

populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes,

mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do

Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de

JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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