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Política

Aécio vê governo 'nas cordas' e pede que Dilma detalhe reforma política

Presidente do PSDB cobrou que Dilma encaminhe ao Congresso quais pontos considera fundamentais para nortear reforma política

25 jun 2013 - 17h42
(atualizado às 17h46)
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<p>Dilma fez o anúncio de proposta de plebiscito na segunda-feira</p>
Dilma fez o anúncio de proposta de plebiscito na segunda-feira
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr

Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), exigiu da presidente Dilma Rousseff (PT) um posicionamento claro quanto à proposta de um plebiscito para convocar uma assembleia constituinte que discuta a reforma política. Segundo o senador oposicionista, o governo está "nas cordas e sem estratégia" e precisa deixar claro ao Congresso quais pontos considera fundamentais para nortear a reforma política.

"Não nos parece suficiente que a presidente da República manifeste uma intenção, mas não detalhe essa intenção. O que a presidente da República considera como temas essenciais à reforma política? O sistema de governo, por exemplo, estaria em discussão? A possibilidade de implementarmos o parlamentarismo no Brasil? Estaria em discussão a questão do voto distrital, do voto em lista? É preciso que a presidente diga com clareza qual a sua reforma política", cobrou Aécio, que acredita ser mais viável uma reforma a partir de uma emenda constitucional, ao invés de uma assembleia constituinte. "Achamos que esse é o leito mais seguro, mais natural. Uma reforma que possa ser discutida pelo Congresso e, se aprovada, submetida a um referendo da população brasileira."

Dilma propõe plebiscito para Constituinte e reforma política:

Segundo o presidente do PSDB, Dilma não se abre ao diálogo com o Congresso, não ouvindo "sequer os seus líderes do Congresso e os presidentes da Câmara ou do Senado, que foram comunicados a posteriori das suas intenções". "O que vejo, na verdade, hoje, lamentavelmente, é um governo nas cordas, um governo sem estratégia, um governo sem a generosidade de ouvir todos os segmentos da sociedade, repito, inclusive a oposição", afirmou Aécio. "Falta a meu ver, nesse governo, a generosidade para compreender que o Brasil não tem dono e, talvez, seja esta a falta de generosidade uma das razões pela crise que estamos vivendo hoje no Brasil", completou.

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Aécio afirmou ainda que uma reforma política de grande porte só poderia ser viabilizada a partir de um grande empenho do Poder Executivo. "No Brasil, e isso não é de hoje, não se vota nenhuma reforma constitucional, com a profundidade que precisa ser votada no Brasil, não apenas no campo político, mas em outras áreas, sem a ação efetiva da Presidência da República. Temos um presidencialismo no Brasil quase que imperial", disse o senador, cobrando um posicionamento mais detalhado de Dilma.

"A Presidência da República considera, por exemplo, como nós do PSDB, que o voto distrital misto é um caminho adequado para diminuir o custo das campanhas eleitorais, criar uma identidade maior do eleitor com o seu eleito? Nós aprovamos. A questão das coligações proporcionais, que achamos que tem de terminar, a presidente é a favor ou é contra? É preciso que ela diga com clareza o que ela compreende como reforma política", afirmou Aécio, que indicou ser favorável ao parlamentarismo. "Nós, por exemplo, se houver esta disposição, vamos voltar a discutir a questão do parlamentarismo no Brasil. Aliás, uma crise desta dimensão, se estivéssemos num regime parlamentarista, caía o gabinete inteiro e tínhamos aí outro governo já no Brasil", disse.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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