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Polícia

PM do RJ deve criar novo batalhão para atuar em grandes protestos

19 set 2013 - 11h12
(atualizado às 11h19)
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A Polícia Militar do Rio de Janeiro estuda a criação de um novo batalhão para atuar em protestos. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira pela assessoria de imprensa do comandante da PM, coronel Luis Castro Menezes. Ainda não há definição a respeito da data de implementação da unidade, que seria chamada de Batalhão de Grandes Eventos, nem sobre o efetivo dela.

A ideia é que o novo grupamento esteja pronto para atuar até meados do ano que vem. O foco inicial seria seu emprego nos aguardados protestos nos jogos da Copa do Mundo de 2014, que acontecerá entre os dias 12 de junho e 13 de julho. Os estudos para a criação do novo batalhão estão sendo finalizados, segundo informações da PM.

Com isso, o Batalhão de Choque, cuja ação é alvo de críticas de muitos setores da sociedade, não deverá ser mais empregado nas manifestações. Desde o início dos protestos, no mês de junho, 11 PMs foram afastados de suas funções e estão sob investigação mediante acusações de atitudes excessivas no combate a distúrbios.

Os PMs que integrarão o novo batalhão serão oriundos da tropa atual. Os PMs recém-formados continuarão sendo deslocados prioritariamente para as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Os homens do novo batalhão vão ser remanejados e receberão instruções específicas para atuar em situações que podem envolver ambientes com grande concentração de pessoas, como controle de distúrbios e mediações de conflitos.  

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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