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Dilma defende mais investimentos para mobilidade urbana no Nordeste

18 jul 2013 - 19h40
(atualizado às 19h45)
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<p>Dilma Rousseff durante cerimônia de inauguração das estações Chico da Silva e José de Alencar da linha sul do metrô de Fortaleza</p>
Dilma Rousseff durante cerimônia de inauguração das estações Chico da Silva e José de Alencar da linha sul do metrô de Fortaleza
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / Agência Brasil

Ao inaugurar duas estações de metrô em Fortaleza (CE), a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira que as médias e grandes cidades do Nordeste recebam investimentos em mobilidade urbana como os que foram feitos na década de 90 nos centros urbanos da região Sudeste.

"Essas cidades podem e devem ter um tratamento urgente no sentido de assegurar que a gente tenha condições de fazer mais por elas. Mais do que (na década de) 90, em 1997, fizeram pelas cidades do Sudeste. Temos que fazer também por essas grandes cidades do Nordeste", disse a presidente em discurso.

Dilma embarcou na Estação Chico da Silva e percorreu um trecho subterrâneo até a Estação José de Alencar. As duas fazem parte da Linha Sul do metrô da capital cearense. O valor total do projeto da Linha Sul é R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 300 milhões do governo do Ceará.

Segundo a presidente, além do impacto direto no sistema de transporte público, a ampliação do metrô melhora as condições de trabalho das pessoas que utilizam o serviço. "As pessoas passam muito tempo dentro de um ônibus, de um transporte. Quando se faz um projeto como esse, estamos dando qualidade de trabalho, porque a pessoa terá melhores condições para enfrentar um dia de trabalho e ao voltar terá acesso ao seu lazer e ao seu descanso mais cedo", disse.

Dilma voltou a criticar a falta de investimentos em transporte público e mobilidade urbana nas décadas de 80 e 90 e disse que não havia aplicação de recursos no setor por falta de vontade política. "Naquele momento umas das avaliações era que metrô era coisa de rico, que um país pobre não devia fazer metrô, como se fosse possível que um país em acelerada urbanização e concentrando cada vez mais a população prescindisse de metrô", avaliou.

"Antes de nós, poucos investimentos foram feitos em transporte coletivo. Era convencionado que transporte coletivo era responsabilidade de Estados e municípios e que governo federal não tinha que pôr dinheiro. Mas transporte público é um problema dos brasileiros", acrescentou. Segundo Dilma, o governo está investindo R$ 89 bilhões em 192 obras de mobilidade em 100 cidades de médio e grande porte, que incluem metrôs, corredores de ônibus, BRTs e VLTs.

Moradores de Fortaleza, dentre eles índios e médicos, protestam durante inauguração de estação de Metrô na capital cearense
Moradores de Fortaleza, dentre eles índios e médicos, protestam durante inauguração de estação de Metrô na capital cearense
Foto: Cristiano Marques / Futura Press

Durante a cerimônia, Dilma também assinou a ordem de serviço para dar início às obras do primeiro trecho do Cinturão das Águas, para assegurar o abastecimento de água da região do Cariri. A presidente disse que aumentar a oferta de água na região Nordeste também é uma questão de vontade política e requer ampliação dos investimentos.

Durante a inauguração, do lado de fora das estações, vários grupos protestavam contra Dilma. Entre eles, médicos que são contra o programa Mais Médicos do governo federal e índios.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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