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vc repórter: manifestantes da #RevoltaDoBusão protestam em Natal

20 jul 2013 - 13h51
(atualizado em 22/7/2013 às 13h34)
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<p>Manifestante com máscara do Hulk protesta pelas ruas de Natal, no Rio Grande do Norte</p>
Manifestante com máscara do Hulk protesta pelas ruas de Natal, no Rio Grande do Norte
Foto: Léo Carioca / vc repórter

Centenas de manifestantes de Natal, no Rio Grande do Norte, aderiram na última sexta-feira à manifestação convocada pelas redes sociais pelo grupo #RevoltaDoBusão, e caminharam pelas ruas da cidade em protesto por melhorias na área dos transportes.

Na página do protesto no Facebook, os manifestantes exigem, entre outras demandas, passe livre para estudantes e desempregados, retorno de linhas extintas, fim das empresas privadas, redução das tarifas em toda a região metropolitana, melhorias na acessibilidade e integração, circulação de ônibus 24 horas por dia e construção de corredores exclusivos de ônibus e ciclovias.

No evento criado para convocar os internautas, mais de 3 mil pessoas confirmaram participação no protesto, que teve início por volta das 16h em frente à parada do ônibus circular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

De lá, o grupo caminhou pela BR-101 bloqueando a via, e o ato pacífico foi acompanhada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os manifestantes partiram então para a Câmara Municipal de Natal, e acabaram entrando em confronto com a polícia, que usou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Os participantes revidaram com pedras. Um novo protesto ainda está previsto para a próxima segunda-feira, 22, na Câmara Municipal.

Ocupação da Câmara

Na manhã de quinta-feira, manifestantes do grupo #RevoltaDoBusão ocuparam o prédio da Câmara Municipal de Natal. O grupo tinha três pautas como reivindicações principais: redução da tarifa de ônibus para R$ 2, ampliação do prazo de discussão do projeto de lei do transporte público de 10 para 100 dias, e a realização de uma auditoria externa e pública no Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros (Seturn).

Em nota, a Câmara afirmou que apesar de a Mesa Diretora ter atendido prontamente a todas as reivindicações, os manifestantes descumpriram o acordo de desocupar o prédio, e que em razão disso a Guarda Legislativa teria feito a desocupação do prédio.

Já os manifestantes afirmaram que haviam pedido 20 minutos para analisar o documento enviado por vereadores da Câmara e que, antes que o prazo acabasse, a guarda municipal agrediu os jovens.

"Mesmo dizendo que iríamos sair da Câmara, os policiais continuaram a pancadaria, chegando a quebrar o braço de um companheiro", afirmou o movimento pelo Facebook. "Dentro da sala, todos os manifestantes se abraçaram, ficaram de joelhos e mesmo assim foram agredidos", afirma o grupo.

Em resposta às acusações, a Câmara afirmou que "os eventuais excessos de ambos os lados na desocupação do prédio serão apurados pelas instâncias competentes, inclusive mediante abertura de sindicância interna".

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

O internauta Léo Carioca, de Natal (RN), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

vc repórter
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