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Manifestantes deixam Câmara de São Luís após acordo com vereadores

29 jul 2013 - 22h23
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Os manifestantes que ocupavam a Câmara Municipal de Vereadores de São Luís (MA) deixaram nesta segunda-feira o prédio após acordo com a direção da Casa. Desde a última terça-feira, um grupo de aproximadamente 70 pessoas ocupava o edifício, no centro histórico da cidade. A ocupação foi organizada por estudantes, organizações comunitárias e representantes de comunidades quilombolas, que pedem melhorias em vários setores.

Os manifestantes divulgaram um documento em que consideram que, após pressão popular, o processo culminou com "o compromisso assinado por membros da Casa, assentindo em discutir e a deliberar os pontos emergenciais que levaram a essa ocupação: Mobilidade Urbana, Regularização Fundiária e Transparência das Contas Públicas". Também ficou acertada uma sessão no dia 7 de agosto para debater os temas.

Os manifestantes disseram que deixaram a sede da Câmara intacta, sem dano de qualquer espécie ao patrimônio público. Em nota, o presidente em exercício, vereador Astro de Ogum (PMN), reconheceu o fato e comunicou que "na primeira semana de retorno dos trabalhos desta Casa, serão tratados os assuntos reivindicados por este coletivo".

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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