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Manifestantes danificaram obras de arte e mobílias, diz Câmara do Rio

1 ago 2013 - 21h33
(atualizado às 21h39)
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<p>Manifestantes jogaram tinta em direção à Polícia Militar, que tentava expulsá-los</p>
Manifestantes jogaram tinta em direção à Polícia Militar, que tentava expulsá-los
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram nesta quinta-feira na Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, centro, para avaliar os danos causados por manifestantes que entraram ontem por um portão aberto na entrada lateral do Palácio Pedro Ernesto, e destruíram vidraças, mobiliários e obras de arte. O resultado do relatório sairá amanhã. Para garantir a segurança do prédio, desde a manhã de hoje uma viatura da Polícia Militar está de prontidão na porta da Câmara, mas não ocorreram novas manifestações no local.

A Coordenadoria Militar da Câmara Municipal fez um levantamento dos mobiliários e obras de arte que foram danificadas. De acordo com a assessoria da Câmara, parte da base de sustentação e do busto de Pedro Ernesto (prefeito do Rio de Janeiro nos anos 1930, quando a cidade era capital federal) e de Pinto dos Santos, datado de 1933, foram danificados e os manifestantes picharam a obra de arte Retrato do Coronel Moreira Cesar, de autoria do italiano Gustavo dell'Ara (óleo sobre tela com dimensão 120 x 90 cm), retiraram três bases do painel de votação do plenário e destruíram a sala do servidor de internet da Casa. 

Manifestantes são retirados à força da Câmara do Rio:

Os manifestantes também retiraram o equipamento para detecção de metais situado na entrada lateral da rua Alcindo Guanabara, por onde eles entraram no prédio. As salas da liderança do Governo, Coordenadoria Militar, Cerimonial e Sala Inglesa foram arrombadas e pichações foram feitas na área interna do palácio.

Em nota, a Mesa Diretora da Câmara Municipal do Rio "declara apoio às manifestações populares, quando feitas de forma pacífica, por representarem a essência do Estado democrático. Entretanto, repudia a invasão e os atos de depredação do Palácio Pedro Ernesto". 

Protestos mobilizam população e desafiam governos de todo o País 

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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