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GO: manifestantes tentam invadir prefeitura e atacam imprensa

25 jun 2013 - 00h29
(atualizado às 00h35)
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Um protesto que chegou a reunir cerca de 2 mil pessoas nesta segunda-feira (24) em Goiânia descambou para a violência no início da noite. Dentre outras ações, parte dos manifestantes tentaram invadir o prédio da prefeitura de Goiânia, entraram em confronto com a PM, fecharam trecho urbano da BR-153  e atacaram jornalistas e veículos da imprensa.

A manifestação começou durante a tarde, no centro de Goiânia, e reuniu, como as últimas e muitas passeatas do tipo pelo Brasil, várias bandeiras, desde a reforma política a não aprovação da PEC 37. Ao passarem pelo Terminal da Praça da Bíblia, uma das estações de integração do transporte do coletivo da capital, alguns dos manifestantes tentaram uma invasão, picharam paredes, jogaram pedras e soltaram bombas. A PM cercou o Terminal e impediu mais ataques.

O grupo destruiu lixeiras próximas à Praça da Bíblia e atirou lixo e pedras contra a Polícia Militar, ferindo uma policial militar no seio. A policial foi encaminhada ao Hospital de Urgências de Goiânia.

Ao passarem pela BR-153, os manifestantes provocaram interrupção do tráfego por cerca de duas horas e meia. Também chegaram ao Paço Municipal, sede da Prefeitura de Goiânia – que se localiza nas imediações - e houve novo confronto com a polícia, com a tentativa de invasão do prédio. 

Um novo cerco da Tropa de Choque da PM, e também da Cavalaria, conseguiu conter a ação com o uso de bombas de gás. Jornalistas que estavam no local cobrindo o protesto foram hostilizados e três carros de reportagem foram danificados. A sede da TV Serra Dourada, afiliada do SBT, também  foi atacada. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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