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Black blocs calam as pessoas que querem se manifestar, diz senadora

Segundo Ana Amélia, atos de vandalismo e violência estão afastando a participação da população em manifestações legítimas

28 out 2013 - 21h31
(atualizado às 21h40)
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<p>Soldado à paisana sacou pistola para proteger coronel de agressões durante protesto na última sexta-feira, em São Paulo</p>
Soldado à paisana sacou pistola para proteger coronel de agressões durante protesto na última sexta-feira, em São Paulo
Foto: Reuters

A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou, nesta segunda-feira, a prática da violência durante as manifestações em diversas cidades brasileiras pelos grupos chamados Black Blocs e elogiou a atitude da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por terem condenado publicamente esses atos. Segundo a senadora, os grupos que usam máscaras para promover atos de vandalismo acabam calando a população que deseja fazer reivindicações legítimas. As informações são da Agência Senado.

A senadora ainda citou pesquisa do Datafolha que indica que 95% dos paulistanos reprovam a violência praticada por manifestantes mascarados. De acordo com Ana Amélia, a pesquisa também mostra que no final de junho, 89% dos consultados pelo Datafolha eram favoráveis às manifestações; em setembro, o índice caiu para 74%; e nesta semana, 66%. Por outro lado, Ana Amélia destacou que a taxa dos que são contrários às manifestações quase quadruplicou: eram 8% em julho, 21% em setembro, e 31% na última pesquisa.

Veja momento em que coronel é agredido em protesto em SP:

"O resultado é que o apoio dos entrevistados às manifestações de rua, em São Paulo, desabou. Por quê? Porque estão intimidados com esta criminalidade, com esta violência absolutamente sem nenhum sentido, sem nenhuma justificativa, a não ser calar as pessoas que querem se manifestar; de atemorizar, de assustar, de intimidar", discursou.

A senadora condenou a atitude dos manifestantes mascarados que espancaram o coronel da Polícia Militar de São Paulo Reynaldo Simões Rossi, e disse ter apresentado um projeto de lei ao projeto do Código Penal para aumentar a pena quando o crime é cometido contra uma autoridade de Estado, na área de segurança pública.

Em aparte, os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmaram que a concretização da consciência em uma manifestação não pode ser escondida na covardia do anonimato, e ressaltaram que o Estado pode, em determinado momento, se valer da violência legítima, para coibir esse tipo de atividade.

"Ao meu juízo, eles são criminosos, porque o que eles fizeram com esse cidadão que é coronel - não me interessa se ele é coronel, major, capitão, soldado, sargento, mas é um ser humano", protestou Taques.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi

assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como 

uma das maiores jornadas

populares dos últimos 20 anos

. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes,

mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa

do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em 

São Paulo

Rio

de Janeiro

CuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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