Maduro discursa, celebra chavismo e diz que revolução está viva
Diante de milhares de venezuelanos que se concentraram no centro de Caracas, o vice-presidente Nicolás Maduro comandou, nesta quinta-feira, a declaração de apoio em massa ao presidente Chávez, que está em Cuba se recuperando da quarta cirurgia realizada em função de um câncer. Maduro entoou cânticos, relembrou a trajetória de Chávez contra a doença e reafirmou que a revolução bolivariana está "mais viva do que nunca". “Estamos prontos para seguir com essa revolução”, disse. Ele também agradeceu aos representantes dos governo latino-americanos presentes e não deixou de atacar a oposição e àqueles que querem "desestabilizar a Venezuela".
Entenda o impasse na Venezuela
O que aconteceu desde a última partida de Chávez a Cuba?
Entenda por que o futuro político Venezuela é incerto
Acompanhe a cronologia do caso
10/12: Chávez viaja a Cuba para nova cirurgia
11/12: Operação terminou com êxito, diz vice
18/12: Chávez teve infecção respiratória, diz governo
30/12: Por complicações pós-cirurgia, estado segue delicado
04/01: Chávez sofre de "severa infecção pulmonar"
05/01: Venezuela: aliado de Chávez é reeleito na Assembleia
07/01: Cabello convoca "grande reunião" para dia da posse
08/01: Chávez não tomará posse em 10 de janeiro, anuncia governo
09/01: Supremo venezuelano afirma que posse de Chávez não é necessária
“Não haverá direita apátrida, nem aqui nem no mundo, que poderá apagar a marca eterna da obra de Hugo Chávez”, bradou Maduro, que recebeu ontem o aval da Justiça do país para assumir o governo enquanto Chávez está ausente. "Digo a vocês com segurança, e a direita precisa entender isso, vamos seguir a revolução. Não se enganem", seguiu Maduro. Segundo ele, a direita vem realizando movimentos para desestabilizar a Venezuela, tentando impor a tese de vácuo de poder na data em que estava marcada a posse de Chávez. "Eles querem aproveitar a saúde de Chávez para desestabilizar o povo. Mas aqui há instituições", disse Maduro.
Maduro também fez questão de mostrar que, mesmo sem Chávez, o chavismo está "mais forte do que nunca". “Dizem que Diosdado e eu estamos nos matando, mas estamos nos matando de amor pelo povo e pela pátria”, disse o vice-presidente. Em seguida, ele chamou Diosdado Cabello, líder da Assembleia Nacional, reeleito no último sábado, e o abraçou. Apoiando-se na Constituição, a oposição queria que Cabello assumisse a presidência do país caso Chávez não assumisse o novo cargo, embora o presidente tenha designado Maduro como seu sucessor político.
No discurso, Maduro lembrou a trajetória do presidente na sua luta contra a doença, dizendo que em nenhum dia do seu tratamento Chávez deixou de governar. Em vários momentos, o vice pediu que o povo demonstrasse seu amor à Chávez por meio de cânticos e gritos de guerra. “Com Chávez e Maduro, o povo faz tudo”, “uh, ah, Chávez no se vá!” e “com Chávez e Maduro, o povo está seguro” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelo povo presente no centro da capital venezuelana. “Madrugada adentro, 3, 4 da manhã, 10 de janeiro, somente um pensamento: Chávez, Chávez, Chávez”, completou Maduro.
Ao final de sua fala, que durou cerca de uma hora, Maduro pediu que o povo fizesse um juramento junto com ele, em uma espécie de procolo chavista de continuidade da revolução. “Juro frente a esta constituição da República Bolivariana da Venezuela absoluta lealdade aos valores da pátria, absoluta lealdade à liderança de Hugo Chávez, juro que defenderei essa Constituição, nossa democracia popular, nossa independência e o direito a construir o socialismo em nossa pátria. Juro que me comprometo a levar adiante o programa da pátria, em cada fábrica, em cada escola, em cada praça, em cada família. Juro com a Constituição Bolivariana que defenderei a presidência do comandante Chávez.”, concluiu Maduro, entoando um "que viva Chávez" final.