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Polícia

Associação de PMs doará R$ 300 mil a réus do Carandiru

14 ago 2013 - 18h59
(atualizado às 19h04)
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A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo (ACSPMESP) definiu nesta quarta, em assembleia, que arcará com parte dos custos dos advogados de defesa dos policiais que atuaram durante a invasão da Casa de Detenção de São Paulo, no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos após uma rebelião no Pavilhão 9. Para auxiliar os PMs, a ACSPMESP doará R$ 300 mil. 

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Os R$ 300 mil serão entregues para o Grêmio da Rota, denominado Boinas Negras, que repassará o dinheiro aos advogados de defesa dos PMs. 

“É muito injusto constatar que em um momento difícil como esse, de julgamento, os PMs envolvidos possam contar somente com a ajuda de associações como a nossa. Os policiais só invadiram o Carandiru com ordem do governo do Estado. Além disso, agiram em legítima defesa e cumpriram o seu dever em exercício regular de direito”, afirmou o presidente da associação, o cabo Wilson Morais.

No início deste mês, a Justiça de São Paulo condenou a 624 anos de prisão 25 policiais militares acusados de participar do massacre do Carandiru. Todos poderão recorrer da sentença em liberdade. 

Em abril, outro grupo, de 23 PMs, foi condenado a uma pena de 156 anos de reclusão em regime fechado. Eles também recorrem da sentença em liberdade. 

Relembre o caso
Em 2 de outubro de 1992, uma briga entre presos da Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - deu início a um tumulto no Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e a morte de 111 detentos. Os policiais são acusados de disparar contra presos que estariam desarmados. A perícia constatou que vários deles receberam tiros pelas costas e na cabeça.

Entre as versões para o início da briga está a disputa por um varal ou pelo controle de drogas no presídio por dois grupos rivais. Ex-funcionários da Casa de Detenção afirmam que a situação ficou incontrolável e por isso a presença da PM se tornou imprescindível.

A defesa afirma que os policiais militares foram hostilizados e que os presos estavam armados. Já os detentos garantem que atiraram todas as armas brancas pela janela das celas assim que perceberam a invasão. Do total de mortos, 102 presos foram baleados e outros nove morreram em decorrência de ferimentos provocados por armas brancas. De acordo com o relatório da Polícia Militar, 22 policiais ficaram feridos.

Fonte: Terra
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