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Oriente Médio

Blindandos protegem o palácio presidencial no Iêmen

21 mar 2011 - 07h08
(atualizado às 08h39)
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Tanques do Exército cercaram na manhã desta segunda-feira o palácio presidencial em Sanaa, área que conta com a presença de dezenas de blindados, depois que um general anunciou adesão ao movimento de protestos populares contra o presidente Ali Abdullah Saleh. Os tanques também foram deslocados para as áreas do ministério da Defesa e do Banco Central.

A mobilização acontece depois do general Ali Mohsen al-Ahmar, comandante da primeira divisão blindada, ter anunciado apoio às manifestações contra Saleh, que está há 32 anos no poder. Em um discurso exibido pelo canal Al-Jazeera, o general Al Ahmar anunciou em nome de seus oficiais que apóia o "protesto pacífico dos jovens" que estão acampados na Praça da Universidade em Sanaa.

"Anunciamos que apoiamos e protegemos os jovens que protestam na Praça da Universidade em Sanaa", declarou o general Al-Ahmar. Ele é o primeiro militar de alta patente que se une aos protestos contra o regime do presidente Ali Abdullah Saleh, que se intensificaram no fim de semana após a morte de 52 manifestantes na Praça de la Universidade.

O anúncio do general Al-Ahmar aconteceu depois da renúncia de três ministros do governo e do embaixador do Iêmen na ONU, o que levou Saleh a destituir o governo no domingo.

Mundo árabe em convulsão

A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Alie do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.

No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.

Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muammar Kadafi, a população vem entrando em sangrento confronto com as forças de segurança, já deixando um saldo de centenas de mortos. Em meio ao crescimento dos protestos em diversas capitaos, Kadafi foi à TV estatal no dia 22 de fevereiro para xingar e ameaçar de morte os opositores, que desafiam seu governo já controlam partes do país. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.

Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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