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Mundo

EUA dizem que a hora da mudança chegou para o Egito

2 fev 2011 - 16h31
(atualizado às 18h02)
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A Casa Branca condenou nesta quarta-feira a violência dos protestos no Egito e disse estar claro que os egípcios precisam de progresso e mudança imediatamente. "A mensagem que o presidente (dos EUA, Barack Obama) deu claramente ao presidente (egípcio, Hosni) Mubarak é que a hora para mudança chegou", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Gibbs disse também ser imperativo que a violência cesse e que uma transição de poder ordenada comece imediatamente. Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca reforçou que já "chegou o momento de uma transição que inclua as vozes da oposição em eleições livres e imparciais". "É o que o povo egípcio quer, um processo de transição", insistiu o porta-voz.

Egito: Exército pede que manifestantes deixem as ruas:

"A mudança e o progresso precisam chegar ao Egito, e precisam chegar rapidamente", acrescentou. "Os egípcios não querem discursos, querem medidas", sustentou. Nesse sentido, lamentou a interrupção dos serviços de internet e assegurou que o governo "não fez o que é preciso para garantir este direito básico".

Previamente, em comunicado, Gibbs tinha indicado que o governo dos Estados Unidos está "profundamente preocupado" pelos ataques contra os meios de comunicação e manifestantes pacíficos e "condena a violência" que ocorre no Egito.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar de os protestos de ontem terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



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