Egito proíbe rede 'Al Jazeera' de operar em seu território
O ministro da Informação do Egito, Anas El Feki, proibiu a rede de televisão Al Jazeera, do Catar, de operar no Egito. A rede fazia uma ampla cobertura das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak, anunciou a agência oficial Mena.
O satélite egípcio Nilesat, administrado pelo Estado, foi o responsável por suspender a transmissão dos programas da Al Jazeera, anunciou hoje a emissora.
O ministro "ordenou que a Al Jazeera na República Árabe do Egito feche as portas, que sejam canceladas suas autorizações e que sejam retirados os crachás de imprensa de seus funcionários a partir de hoje (domingo)", afirmou a Mena. A Al Jazeera continuava transmitindo imagens do Egito no momento do anúncio da proibição.
Egípcios desafiam governo Mubarak
A onda de protestos dos egípcios contra o governo do presidente Hosni Mubarak, iniciados no dia 25 de janeiro, tomou nova dimensão na última sexta-feira. O governo havia tentado impedir a mobilização popular cortando o sinal da internet no país, mas a medida não surtiu efeito. No início do dia dia, dois mil egípcios participaram de uma oração com o líder oposicionista Mohama ElBaradei, que acabou sendo temporariamente detido e impedido de se manifestar.
Os protestos tomaram corpo, com dezenas de milhares de manifestantes saindo às ruas das principais cidades do país - Cairo, Alexandria e Suez. Mubarak enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher, o qual acabou virtualmente ignorado pela população. Os confrontos com a polícia aumentaram, e a sede do governista Partido Nacional Democrático foi incendiada.
Já na madrugada de sábado (horário local), Mubarak fez um pronunciamento à nação no qual ele disse que não renunciaria, mas que um novo governo seria formado em busca de "reformas democráticas". Defendeu a repressão da polícia aos manifestantes e disse que existe uma linha muito tênue entre a liberdade e o caos. A declaração do líder egípcio foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia. O governo encabeçado por Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado.