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Mundo

Em discurso, Mubarak dirá à nação que não disputará reeleição

1 fev 2011 - 16h36
(atualizado às 18h18)
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O presidente do Egito, Hosni Mubarak, realizará nesta terça-feira um pronunciamento em rede de televisão sobre a grande manifestação nas ruas do país que pede o fim do seu regime. As informações são da Al Arabiya.

Começa greve geral no Egito:

Segundo a Al Arabiya, Mubarak, no cargo há 30 anos, dirá no discurso que não vai disputar a presidência de novo, mas que ficará até o fim de seu mandato para atender as exigências dos manifestantes.

Essa será a primeira mensagem de Mubarak à população desde a noite de sexta-feira, quando anunciou a remodelação do governo. A oposição anunciou repetidamente que não aceita outra saída à crise que não seja a saída do presidente, a criação de um governo de transição e a convocação de eleições livres.

A emissora também disse que o vice-presidente do país, Omar Suleiman, iniciou reuniões com representantes dos partidos.

Pelo menos 1 milhão de pessoas saíram às ruas nesta terça, em cenas nunca vistas antes na história moderna do país, exigindo em uníssono a renúncia de Mubarak. Mais de 200 mil egípcios se concentraram na praça Tahrir, no centro do Cairo, e 20 mil saíram em passeata na cidade de Suez, no leste do país.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.



Fonte: Terra
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