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Mundo

Chefe da inteligência militar de Kadafi é detido na Mauritânia

17 mar 2012 - 08h34
(atualizado às 09h35)
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O diretor da inteligência militar do regime de Muamar Kadafi, Abdullah al Senussi, considerado braço direito do ditador, foi detido na sexta-feira à noite no aeroporto de Nouakchott, informaram neste sábado à EFE fontes de segurança da capital da Mauritânia. Senussi chegou em voo a partir de Casablanca, no Marrocos, por volta da meia-noite (21h pelo horário de Brasília) e viajava com passaporte malinês, revelou uma fonte extraoficial. A agência de imprensa oficial mauritana já confirmou a detenção.

Imagem de agosto de 2001 mostra Abdullah al Senussi
Imagem de agosto de 2001 mostra Abdullah al Senussi
Foto: AP

Desde 27 de junho, está em vigor uma ordem de detenção contra Senussi pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de lesa-humanidade cometidos na Líbia a partir de fevereiro de 2011 durante as revoltas de insurgentes nesse país norte-africano. Como diz o texto da ordem de detenção, Senussi teria sido o "executor indireto" dos crimes, os quais foram cometidos sob sua responsabilidade de comando "especialmente em Benghazi, entre 15 e 20 de fevereiro de 2011". A mesma ordem de prisão foi emitida contra o filho de Muamar Kadafi, Seif al Islam.

Em novembro, as autoridades líbias anunciaram que Senussi e Seif haviam sido detidos no sul da Líbia, o que foi desmentido horas depois. Desde então, não se sabia notícias deles, por isso que a chegada deste primeiro a Nouakchott ainda é um enigma a ser desvendado. O TPI tem competência para julgar crimes sempre e quando os envolvidos não estejam sendo procurados pelas autoridades judiciais nacionais. A Mauritânia não está entre os países signatários do Tratado de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

EFE   
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