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Em discurso, Kadafi convoca líbios a destruir rebeldes

25 ago 2011 - 12h54
(atualizado em 28/8/2011 às 13h10)
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O líder líbio Muammar Kadafi conclamou os seus seguidores nesta quinta-feira a marchar em direção a Trípoli e "purificar" a capital ocupada por rebeldes, que ele classificou como "ratos, cruzados e infiéis".

Muammar Kadafi é procurado pelos rebeldes líbios que já ofereceram até uma recompensa para quem encontrá-lo
Muammar Kadafi é procurado pelos rebeldes líbios que já ofereceram até uma recompensa para quem encontrá-lo
Foto: AFP

"Não temam os infiéis. Libertem Trípoli. Todo povo deve sair e avançar em direção a Trípoli. Lutem rua por rua e combatam", disse Kadafi em mensagem de áudio transmitida pelo canal internacional de televisão sírio Al Raí.

Kadafi, que se encontra em paradeiro desconhecido desde que os rebeldes invadiram Trípoli, encorajou seus seguidores assegurando que eles são "a maioria arrasadora". Quanto aos rebeldes, Kadafi afirmou que "são grupos pequenos" e, como já é habitual, os rotulou durante o discurso de "animais", "ratos".

"O martírio ou a vitória até derrotar o inimigo. O inimigo é fraco, retrocede, não poderá resistir sempre. Não deixem Trípoli aos ratos", ressaltou.

O coronel pediu às mulheres que combatem de casas e aos homens das ruas: "Purifiquem esta cidade desses ratos colaboradores do colonialismo", exigiu.

Além disso, pediu aos jovens de Trípoli que não se rendam jamais, às tribos de fora que avancem em direção à capital e, aos imames das mesquitas que incentivem o povo a se unir à jihad (guerra santa).

"Os derrotaremos se Deus quiser. Os derrotaremos com a decisão e a persistência, pela liberdade e pela dignidade", acrescentou. Kadafi ainda insistiu que "Líbia é o povo da Líbia, não o da França de (Nicolas) Sarkozy nem o da Itália", em alusão a alguns dos países que ajudaram os rebeldes.

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

EFE   
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