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Polícia

SP: em alta, latrocínios chocam pela violência aplicada contra vítimas

A partir de 2010, número de mortos em assaltos cresceu ano a ano; nos cinco primeiros meses de 2013, 175 pessoas foram mortas

17 jul 2013 - 08h41
(atualizado às 08h41)
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Em alta contínua desde 2010, os casos de latrocínio - roubos seguidos de morte - no Estado de São Paulo têm chamado a atenção pelo grau de violência aplicada pelos criminosos durante os assaltos. Somente neste ano, dois dentistas foram queimados vivos dentro de seus consultórios - em São Bernardo do Campo e São José dos Campos -, e um garoto de cinco anos foi morto com um tiro na cabeça mesmo depois de o assalto ter sido concretizado na zona leste da capital paulista. Comerciantes, estudantes e pedestres também foram assassinados mesmo sem reagir aos assaltos.

Criminoso troca habilidade do furto pela agressividade do assalto

"Estrutura para intimidar criminoso é frágil", aponta especialista

Na série histórica disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, iniciada em 1996, o pior momento foi o ano de 1999, em que foram contabilizados quase dois crimes de latrocínio por dia. Naquele ano, foram 670 registros. Até 2004 as estatísticas apontam apenas o número de crimes em que pessoas foram mortas e não o total de vítimas, que passa a fazer parte dos levantamentos somente a partir do ano seguinte.

Foto: Arte Terra

Desde 2005, números mostram que o ano com o menor número de registros foi 2010, com 255 mortes em assaltos. A partir daí, os números cresceram para 329 em 2011 e 353 em 2012. Somente nos cinco primeiros meses deste ano, 175 pessoas foram mortas durante assaltos no Estado de São Paulo, com alta de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Destas, 69 foram assassinadas na capital paulista.

Para o especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello, o criminoso, principalmente o mais jovem, está trocando a habilidade do furto pela agressividade do assalto.  "O jovem é impaciente, voluntarioso. Quer tudo rápido, para ontem. Isso, potencializado pelo disseminado uso de drogas, faz com que ele tenha reações que chegam a ser surpreendentes", diz.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/infograficos/criancas-homicidios/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/brasil/infograficos/criancas-homicidios/iframe.htm">veja o infográfico</a>

"É muito claro que nós temos estrutura de intimidação ao criminoso muito frágil", afirma o professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário Nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho.

"Para ele, os criminosos ficam à espreita de oportunidades de baixo risco. "No geral, em casos de morte, estupro, roubo, apenas 3% dos criminosos são presos após a realização de investigações. Isso faz com que o 'custo' seja baixo para o criminoso e estimula a prática. Quando se tem mais crimes, alguns deles terão expressão mais violenta", afirma.

Para o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, casos como o do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5 anos, morto com um tiro na cabeça durante um assalto, passa a ser prioridade absoluta da polícia.

"Esse é mais um crime cruel que deixa a todos indignados. (...) Isso é prioridade absoluta. A exemplo do que aconteceu com aquele latrocínio dos dentistas que foram queimados, isso é prioridade absoluta para a polícia", disse ele, durante a divulgação das estatísticas de segurança pública de maio em São Paulo.

Parte da quadrilha que participou do assalto que terminou com a morte do menino já foi presa, mas o acusado de ter disparado a arma contra o garoto ainda está foragido da polícia.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/crimes-banais/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/crimes-banais/iframe.htm">veja o infográfico</a>
Fonte: Terra
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