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Resolução da ONU não autorizava bombardeios, diz Medvedev

14 abr 2011 - 06h53
(atualizado às 07h39)
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O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta quinta-feira que a resolução da ONU sobre a Líbia não autorizava os bombardeios e destacou que os cinco países emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) compartilham a opinião.

O presidente russo falou sobre a intervenção na Líbia durante o encontro dos Brics, em Sanya, na China
O presidente russo falou sobre a intervenção na Líbia durante o encontro dos Brics, em Sanya, na China
Foto: Reuters

A Rússia, que tem direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, optou pela abstenção na votação de 17 de março da resolução 1973, que abriu caminho para a intervenção de uma coalizão internacional na Líbia contra o regime do coronel Muamar Kadhafi e o início dos bombardeios, que não contam com a participação de Moscou.

"As resoluções do Conselho de Segurança deveriam ser aplicadas ao pé da letra e seguir seu espírito", declarou Medvedev após a reunião de cúpula dos Brics na ilha de Hainan, sul da China. "O que temos como resultado? Temos essencialmente uma operação militar. A resolução não diz nada disso", completou o presidente em uma entrevista coletiva.

"Sobre este tema os países dos Brics estão totalmente unidos", afirmou, apesar da África do Sul ter votado a favor da resolução 1973, ao contrário dos outros quatro membros deste grupo, que optaram pela abstenção. Rússia e China são membros permanentes do Conselho de Segurança, mas não reivindicaram o direito de veto. Em várias ocasiões as autoridades russas advertiram contra um "uso cego da força" na Líbia.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Após menos de 48 horas, a 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos. Dez dias depois, o comando da operação passou à Otan.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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