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Oriente Médio

Idaho busca renovação energética

31 out 2012 - 19h46
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Carla Ruas
Direto de Idaho Falls

Pesquisadores de Idaho querem transformar as águas termais da região e estrume de vacas locais em fontes de energia alternativa para o futuro. Mas os projetos ainda precisam de financiamento para pesquisa e extração. E os possíveis investidores, governo estadual e empresários, têm preferido apostar no gás natural - energia mais barata, mas não renovável.

Parque eólico de Idaho: Estado em busca da renovação das fontes energéticas
Parque eólico de Idaho: Estado em busca da renovação das fontes energéticas
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

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"É uma decisão econômica, baseada em quanto dinheiro se pode lucrar", lamenta Robert W. Smith, diretor-adjunto do Centro de Estudos de Energia Avançadas em Idaho Falls. Segundo ele, tanto extrair água fervente do solo quanto processar estrume em laboratórios especiais têm alto custo, o que eleva o preço final da energia produzida, ao passo que o gás natural atualmente está muito barato. "Não dá para competir", diz.

Sua crítica é direcionada em parte ao governo republicano de Idaho, que, como o candidato à presidência Mitt Romney, prefere seguir as leis do mercado em tempos de crise ao invés de apostar em pesquisas de longo prazo. "Mas os pesquisadores dependem destes recursos para elaborar projetos para o futuro - uma coisa que já deveríamos estar fazendo", argumenta Smith.

Ele garante que as novas técnicas podem ser aperfeiçoadas para serem mais competitivas economicamente. Atualmente, apenas 20% dos poços das usinas geotérmicas, que extraem água fervente do solo de Idaho, trazem resultados. "Se conseguirmos diminuir esta incerteza iríamos reduzir o preço desta energia", diz.

A ideia de transformar excremento de vaca em eletricidade ainda precisa de mais estudo. A vantagem, segundo ele, é que a técnica também resolveria o problema da quantidade de resíduos de animais na região. "Faz sentido, porque Idaho é o segundo estado em produção de laticínios no país. Aqui tem mais vaca do que gente", brinca.

Smith ainda tem esperança que as inovações sejam desenvolvidas, já que a região tem tradição de usar energia renovável - como solar, eólica e hidrelétrica. Além disso, acredita que o país está ficando mais preocupado com as emissões de carbono geradas pela queima de combustíveis fósseis como carvão, óleo e gás natural. "Nos últimos 5 ou 6 anos, tenho percebido uma mudança na mentalidade das empresas", comemora.

Tradição em energia limpa

A primeira vez que os moradores da cidade de Idaho Falls viram luz elétrica nas ruas ao invés de lâmpadas de óleo e querosene foi em 1900. A energia veio da primeira hidrelétrica do Estado, construída no rio Snake, que corta a cidade. Mas em noites de lua cheia as pessoas tinham que se contentar com a luz natural, já que a hidrelétrica não era ligada para economizar energia.

A companhia que implantou esta tecnologia, a Idaho Falls Power, tem hoje quatro hidrelétricas no mesmo rio, que geram um terço da energia municipal. Além disso, possui 32 turbinas eólicas numa área de 29 km². E tem, no prédio da sua sede, um painel solar retangular de 12 m², que gera 1,6 quilowatts de eletricidade.

Uma vez por ano, no outono, a empresa abre o interior da hidrelétrica para a visitação do público. O evento já e tradicional na cidade: pais levam seus filhos para conhecer as salas de máquina e os controles da usina. E também para ver de perto a engrenagem que gera energia limpa.

Fonte: Especial para Terra
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