PUBLICIDADE

Oriente Médio

Idaho quer autonomia para decidir sobre saúde

31 out 2012 - 19h40
Compartilhar
Carla Ruas
Direto de Idaho Falls

O aposentado Robert Woods está atento para as mudanças propostas pelo candidato Mitt Romney aos programas públicos de saúde nos Estados Unidos. O republicano promete entregar aos governos estaduais autonomia absoluta do Medicaid - parceria entre governo federal e os Estados para fornecer assistência médica para população de baixa renda. Isso significa que, em Idaho, Estado conservador onde mora, dificilmente haveria um esforço para aumentar o número de beneficiários.

'Sou o cara que ficou perdido no meio do sistema', lamenta Woods
'Sou o cara que ficou perdido no meio do sistema', lamenta Woods
Foto: Carla Ruas/Idaho Museum Reprodução / Especial para Terra

Mais sobre Idaho

Em busca da renovação energética

Estratégia contra o desemprego

Os mórmons na vitrine nacional

Passado e futuro da energia nuclear

A notícia não seria boa para Woods, 65 anos, que quer o Medicaid para complementar a ajuda que já recebe do Medicare - programa do governo federal para aposentados. O problema é que sua renda está ligeiramente acima do limite para qualificar para o Medicaid em Idaho, cujo teto é de 33% acima do nível de pobreza.

Woods, 65 anos, serviu duas vezes no Vietnã, e depois trabalhou como padeiro a maior parte da vida. Aos 55 anos, foi diagnosticado com doença arterial coronária e teve que parar de trabalhar. Desde então, luta para se sustentar recebendo uma aposentadoria de US$ 1 mil do governo, que usa para pagar aluguel, comida e parte do atendimento médico que não é coberto pelo Medicare.

"Sou o cara que ficou perdido no meio do sistema. Ganho muito para aplicar para o Medicaid, mas mal consigo sobreviver só com o Medicare" lamenta. Woods, que é democrata, culpa os deputados estaduais republicanos pela sua situação, porque escolheram implementar como teto para o Medicaid o limite mínimo exigido pelo governo federal. "Agora imagina se eles têm autonomia sobre o programa. Vão virar as costas para as pessoas que mais precisam", acredita.

Do outro lado da questão está a deputada republicana Janice McGeachin, que participa da comissão de saúde do Estado há 10 anos. Ela admite que Idaho é um Estado muito conservador e por isso não elevaria o teto para incluir mais beneficiários. Mas afirma que os deputados trabalham para oferecer um serviço de qualidade para aqueles que já estão no programa. "Não temos dinheiro para fazer tudo", lembra.

Para melhorar a qualidade do serviço, ela apoia a proposta de Mitt Romney de cessar a interferência federal nas decisões do Medicaid em cada Estado. "Para balançar o orçamento, o governo federal nos mandou cortar vários benefícios, como o atendimento dental preventivo e pediátrico. Mas nós achamos que são importantes para a população e gostaríamos de reimplantá-los", diz.

Para Janice, o problema da parceria atual é que os Estados recebem uma orientação geral sobre como gastar os recursos do programa, quando na verdade cada região tem suas particularidades. Em Idaho, por exemplo, a população rural é muito grande, o que significa que as parteiras precisariam ser incluídas entre os prestadores de serviço "O governo federal tem que nos deixar em paz e nos dar liberdade para resolver os nossos próprios problemas", defende.

Medicare, Medicaid e Obamacare
Os nomes são parecidos e têm sido repetidos durante a campanha presidencial, mas Medicare, Medicaid e Obamacare são coisas diferentes. Medicare é o programa federal de saúde gratuito para aposentados. Medicaid éo programa de saúde para pessoas de baixa renda, financiado em conjunto pelo governo federal e os Estados. Neste caso os governos estaduais são responsáveis pela administração dos recursos, mas recebem orientações que devem ser seguidas.

Obamacare, por outro lado, é o apelido dado ao "Ato por saúde acessível" criado pelo presidente Barack Obama e aprovado com alterações pelo Senado em 2009. O ato inclui uma série de leis para melhorar o atendimento público de saúde nos Estados Unidos. Entre elas a proibição das seguradoras de saúde recusarem cobertura de pacientes com base no seu histórico médico.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade