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Oriente Médio

Passado e futuro da energia nuclear está em Idaho

31 out 2012 - 19h43
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Carla Ruas
Direto de Idaho Falls

No pequeno Museu de Idaho, uma seção inteira é dedicada à história da energia nuclear. Em princípio pode parecer estranho, mas é que o primeiro reator do mundo foi construído no interior do Estado em 1951. E até hoje a região é considerada pioneira no tema, já que, em laboratórios locais, cientistas projetam a próxima geração de reatores nucleares.

Museu local conta a história do desenvolvimento da tecnologia da energia nuclear em Idaho
Museu local conta a história do desenvolvimento da tecnologia da energia nuclear em Idaho
Foto: Carla Ruas/Idaho Museum Reprodução / Especial para Terra

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Pesquisadores do Instituto Nacional de Idaho (INL) e do Centro para Estudos Avançados de Energia (CAES) estão desenvolvendo a tecnologia necessária para construir reatores nucleares mais modernos e seguros. Segundo Robert Smith, um dos diretores do CAES, a ideia é substituir os que estão em uso desde os anos 1960 e 1970. "É como se eles fossem carros. Tem uma grande diferença na eficiência de um Mustang 1970 e um Mustang 2012", compara.

Entre os desafios dos pesquisadores está descobrir como armazenar resíduos nucleares e o que fazer com o combustível usado pelos reatores. "Ainda temos que pensar num jeito seguro e politicamente responsável de lidar com esses problemas", admite. O objetivo é estabelecer a energia nuclear como uma das opções de energia alternativa para o futuro.

A tarefa não será fácil diante da desconfiança que existe com relação ao uso desta tecnologia. Mas eles se sentem inspirados por trabalhar perto da primeira cidade que foi abastecida por energia nuclear no mundo: Arco, no interior do Estado. No final dos anos 1940, o local foi escolhido como palco para os primeiros testes do uso pacífico de energia nuclear. "Era o lugar perfeito, no meio do deserto e com uma densidade populacional muito baixa", diz Smith.

Na época, logo após ao uso da bomba atômica, já se sabia que era possível gerar energia a partir de um reator nuclear, mas nunca havia sido feito. Em tempos de competição com a União Soviética nas áreas de ciência e tecnologia, o processo foi completado em poucos anos. E o sucesso fez com que o presidente Americano Dwight D. Eisenhower realizasse um discurso histórico nas Nações Unidas, quando promoveu um uso mais amplo da energia nuclear.

Nas décadas seguintes, outros 52 reatores foram construídos em Idaho, assim como vários laboratórios de pesquisa. E graças à tecnologia desenvolvida no local existem mais de 400 reatores nucleares pelo mundo que são responsáveis por fornecer 17% da energia consumida no planeta.

Reator de Idaho teve acidente com morte
O primeiro reator nuclear em Idaho, que hoje é aberto para visitação de turistas, é também uma lembrança dos perigos da energia nuclear. Em 1961 um erro de cálculo de um funcionário gerou um spray de vapor repentino que matou três empregados da usina. O evento é considerado o único acidente nuclear com morte nos Estados Unidos.

Devido à localização remota e aos ventos que sopravam para o deserto, não houve contaminação das cidades vizinhas. Mas o incidente gerou desconforto na população do Estado. Como resposta, o governo abandonou aquele modelo de reator e tomou novas medidas de segurança para que o episódio não se repetisse.

Fonte: Especial para Terra
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