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Irmandade Muçulmana não quer conclusão de mandato de Mubarak

2 fev 2011 - 11h51
(atualizado às 12h21)
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A Irmandade Muçulmana, principal força de oposição no Egito, rejeitou nesta quarta-feira que o presidente Hosni Mubarak permaneça no poder até o fim do mandato, em setembro, em um comunicado divulgado no nono dia dos protestos contra o regime.

Multidão participa de nono dia de protestos no Egito:

"O povo rejeita todas as medidas parciais propostas pelo chefe do regime (Mubarak) e não aceita outra alternativa a não ser sua saída", afirma o grupo, considerado ilegal, mas muito poderoso.

Mubarak, 82 anos, no poder desde 1981, prometeu na terça-feira que não buscaria um novo mandato na eleição presidencial de setembro, em uma tentativa de apaziguar os protestos contra seu governo.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar dos últimos protestos terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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