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América Latina

Bachelet decreta zona de catástrofe no norte do Chile

Presidente chilena reagiu imediatamente ao terremoto e enviou as Forças Armadas à região, ao contrário de 2010, quando foi criticada pela demora em reconhecer a gravidade da situação

2 abr 2014 - 02h35
(atualizado às 05h25)
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<p>Em proncuniamento após o terremoto, Michelle Bachelet disse que viajará para áreas afetadas na manhã desta quarta-feira</p>
Em proncuniamento após o terremoto, Michelle Bachelet disse que viajará para áreas afetadas na manhã desta quarta-feira
Foto: EFE

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou no início da madrugada desta quarta-feira zona de catástrofe nas regiões de Arica, Parinacota e Tarapacá, no norte do país, depois do terremoto de 8,2 graus de magnitude que atingiu o país na noite de terça e gerou alerta de tsunamis.

A medida autoriza a ida de tropas das Forças Armadas para a área, para auxiliar as autoridades locais com as medidas necessárias e coloca as forças de segurança e da ordem sob o controle dos comandantes militares.

Ao contrário do ocorrido no terremoto seguido de tsunami de quatro anos atrás, que matou mais de 500 pessoas e causou um prejuízo de US$ 30 bilhões, desta vez a governante tomou imediatamente a decisão de recorrer às Forças Armadas para garantir a ordem pública e evitar saques.

Segundo a lei chilena, o estado de catástrofe é adotado pelo chefe do Estado em situações de calamidade pública e contempla a possibilidade de limitar certas garantias constitucionais, como o direito de reunião e de livre trânsito, além do confisco de bens.

Em fevereiro de 2010, a oposição criticou Bachelet por assinar o decreto dois dias depois da catástrofe, quando já tinham ocorrido graves problemas. Desta vez, a medida foi adotada cinco horas depois do terremoto.

Presidente destaca rápida reação ao tremor

A mandatária destacou o processo de evacuação conduzido logo após o tremor. “O alerta de tsunami foi dado com prontidão e temos visto uma evacuação ordenada”, disse Bachelet, acrescentando que o subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy, viajará imediatamente para Iquique para coordenar a “ajuda à população, manutenção da ordem pública e as medidas necessárias para a volta da normalidade”.

Já o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, permanecerá durante toda a madrugada no Departamento Nacional de Emergências até que não haja mais risco do tsunami e seja suspensa a ordem de evacuação em todo o litoral.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), entidade que monita a atividade sísmica no mundo, havia registrado até as 4h desta quarta-feira (de Brasília) 28 réplicas do terremoto, entre magnitudes de 4,5 graus e 6,2 graus, com os epicentros em baixas profundidades e próximos entre si.

A presidente lamentou as cinco mortes confirmadas até o momento provocadas pelo terremoto. Segundo o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, quatro homens e uma mulher morreram nas localidades de Iquique e Alto Hospicio.

Corte de energia afeta região norte após terremoto :

Bachelet agradeceu o apoio de líderes da região. “Quero aproveitar o momento para agradecer o contato da presidente argentina, Cristina Fernández, do Perú, Ollanta Humala, e também do embaixador do Brasil, que se comunicou com o Ministério de Relações Exteriores com o mesmo propósito”, disse.

O residente do La Moneda disse que o país reagiu bem ao terremoto, e pediu para que se mantenha a calma. “O governo seguirá trabalhando o tempo que for necessário para atender a emergência e proteger os cidadãos”, disse a presidente chilena, acrescentando que viajará na manhã desta quarta para as áreas afetadas pelo terremoto com um grupo de ministros.

Alerta de tsunamis

Um alerta de tsunami para toda a costa chilena foi lançado pouco depois do terremoto. Ao longo da madrugada, no entanto, o ministro Rodrigo Peñailillo, foi cancelando o alerta para algumas regiões: primeiro no litoral sul, depois no centro do país e pouco depois em algumas áreas do norte. Às 5h20 (de Brasília), o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha (SHOA) mantinha apenas as regiões de Arica, Pisagua, Iquique, Patache, Tocopilla y Mejillones com alerta de tsunami.

Moradores se deslocam para o topo de edifício de Iquique durante evacuação provocada pelo alerta de tsunami
Moradores se deslocam para o topo de edifício de Iquique durante evacuação provocada pelo alerta de tsunami
Foto: Reuters

Por sua vez, o diretor do Escritório Nacional de Emergências (Onemi), Ricardo Toro, informou que 11 hospitais situados em áreas do norte onde existe a possibilidade de inundações pelo tsunami foram evacuados, mas os mesmos voltarão a operar quando o alerta for suspenso.

Empresas de transporte de passageiros interromperam seus serviços nos trajetos do litoral chileno e as aulas desta quarta-feira estão suspensas nas escolas da região de Arica e Parinacota, a mais atingida pelo tremor.

Além disso, as centrais elétricas de Tarapacá, Mejillones e Antofagast não estão em operação, e pelo menos metade das residências da cidade de Arica, na fronteira com o Peru, estão sem energia.

Fuga de detentas

Rodrigo Peñailillo, informou que aproximadamente 300 detentas de uma prisão de Iquique aproveitaram o terremoto de 8,2 graus de magnitude que atingiu o país na noite dessa terça-feira para fugir. Por conta disso, um contingente das Forças Armadas e da polícia foi deslocado para garantir a segurança da população.

Com informações do Terra Chile e da EFE

Fonte: Terra
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