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Ásia

China reitera oposição à intervenção na Líbia e pede cessar-fogo

22 mar 2011 - 07h41
(atualizado às 08h04)
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A China voltou a manifestar sua oposição à intervenção militar na Líbia nesta terça-feira, lamentando as vítimas civis provocadas pelos bombardeios da coalizão internacional, desde sábado, e pedindo um cessar-fogo imediato.

Rebeldes se protegem de morteiros lançados por tropas de Kadafi na região de Ajdabiya, ao sul de Benghazi
Rebeldes se protegem de morteiros lançados por tropas de Kadafi na região de Ajdabiya, ao sul de Benghazi
Foto: AP

"O objetivo da resolução da ONU consiste em proteger a população civil, mas as ações militares de alguns países fizeram vítimas", criticou Jiang Yu, porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês.

"A China é contra o uso da força, que pode causar prejuízos às vítimas civis e uma crise humanitária na Líbia", acrescentou. "Solicitamos o cessar-fogo imediato", insistiu, sem indicar se referia-se à ofensiva lançada pelo Ocidente ou aos confrontos em terra entre as forças leais ao ditador Muammar Kadafi e os insurgentes.

Pequim já havia expressado seu mal-estar com a situação no último domingo. A resolução 1973 das Nações Unidas, adotada na quinta-feira da semana passada, autorizou o uso da força para proteger a população líbia. A China, membro permanente do Conselho de Segurança, absteve-se da votação, mas não exerceu seu direito de veto para bloquear a proposta de intervenção.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. A iminência de uma interferência internacional, muitas vezes requisitada pela resistência rebelde, fez com que Kadafi anunciasse um cessar-fogo, mas confrontos persistem. Mais de mil pessoas morreram e dezenas de milhares já fugiram do país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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