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Polícia

Presos fazem motim em complexo de Pedrinhas, no Maranhão

6 fev 2014 - 14h59
(atualizado às 15h03)
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Mais um princípio de motim foi registrado na manhã nesta sexta-feira, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA). Segundo a secretaria estadual de Justiça e Administração Penitenciária, o tumulto foi uma reação dos presos ao maior rigor nas revistas pessoais feitas em pessoas que visitam os detentos.

Segundo a secretaria estadual, o princípio de motim ocorreu nos Presídios São Luís I e II do complexo penitenciário, mas logo foi contido por homens da Polícia Militar e da Força Nacional que, desde dezembro, reforçam o policiamento no interior do estabelecimento. Durante o tumulto, alguns presos sofreram ferimentos leves e receberam atendimento médico no próprio local. 

Após o fim do motim, policiais militares revistaram as celas das duas unidades.

Maior estabelecimento prisional do Estado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas abriga os principais líderes das duas facções criminosas que disputam o controle de tráfico de drogas no Estado.

Violência no Maranhão
O Estado do Maranhão enfrenta uma crise dentro e fora do sistema carcerário que tem como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local.

No dia 3 de janeiro, uma onda de ataques a ônibus em São Luís mobilizou a Polícia Militar nas ruas da capital maranhense e dentro do presídio, já que as investigações apontam que as ordens dos atentados partiram de Pedrinhas.

Nos ataques do dia 3, quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, incluindo a menina Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu no hospital alguns dias depois, com 95% do corpo queimado.

A questão dos problemas no sistema prisional maranhense ganhou mais destaque no dia 7 de janeiro, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou um vídeo gravado em dezembro, onde presos celebram as mortes de rivais dentro do complexos. Após essas imagem de presos decapitados serem divulgadas, o governo Roseana Sarney passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas, pela Anistia Internacional, pelo CNJ e até pela Presidência da República.

No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O Governo Federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.

No dia 14 de janeiro, um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney. Segundo o grupo, composto por nove advogados de São Paulo e três do Maranhão, a governadora incorreu em crime de responsabilidade porque não teria tomado providências capazes de impedir a onda de violência que deixou mortos e feridos dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o início do ano.

Em 16 de janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiuarquivar o pedido de impeachment após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa. O arquivamento do processo foi feito sob a justificativa de que o pedido "é inepto e não tem condições de ser conhecido".

Agência Brasil Agência Brasil
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