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Estados Unidos

Swing States: conheça os Estados que devem decidir a eleição de 2012

22 out 2012 - 19h24
(atualizado às 19h25)
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LUÍS EDUARDO GOMES

A campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos é única em relação ao resto do mundo. Lá, os três Estados mais populosos e importantes do país são colocados à margem da campanha. Califórnia, Texas e Nova York, com seus 122 delegados somados no colégio eleitoral - órgão que elege de fato o presidente do país - registraram muito menos que US$ 1 milhão gasto por Barack Obama e Mitt Romney em anúncios em televisões locais. Por outro lado, em New Hampshire, que possui apenas quatro representantes no colégio eleitoral, foram gastos até agora US$ 25 milhões, sendo US$ 14 milhões ligados à campanha democrata e US$ 11 milhões ligadas à republicana , segundo números do Washington Post.

Campanhas têm como foco os poucos Estados onde o resultado ainda está em aberto
Campanhas têm como foco os poucos Estados onde o resultado ainda está em aberto
Foto: AFP

O motivo por trás disso é que, em quase todos os casos, o candidato que conquista a maioria dos votos em um Estado leva também todos os votos ao qual ele tem direito no colégio eleitoral. Logo, os chamados Swing States - áreas em que a expectativa é de disputas acirradas - acabam atraindo muito mais interesse e dinheiro do que aqueles com um longo histórico de sempre votarem em um mesmo partido. Califórnia e Nova York historicamente votam no representante do Partido Democrata, ao passo de que o Texas é identificado como um sólido reduto de apoio do Partido Republicano.

Conheça abaixo quais são os considerados Swing States desta eleição:

Flórida
Quarto Estado mais populoso dos Estados Unidos e com direito a 29 votos no colégio eleitoral, a Flórida é a vitória mais cobiçada por Barack Obama e Mitt Romney. Até meados de outubro, os dois partidos e entidades ligadas às campanhas gastaram US$ 139 milhões em anúncios nas televisões locais. A acirrada disputa prevista para o dia 6 de novembro pode fazer com que a Flórida seja novamente o fiel da balança da eleição presidencial, assim como em 2000, quando a vitória por uma margem de centenas de votos alçou George W. Bush ao cargo.

Ohio

Ohio é o mais clássico dos Swing States dos Estados Unidos. Além de ter um peso importante no colégio eleitoral (18 votos), o Estado tem um histórico de apresentar apertadíssimas disputas. Em 2008, Obama venceu McCain por cinco pontos percentuais. Quatro anos antes, Bush venceu John Kerry por dois. Até o momento, as duas campanhas já investiram US$ 109 milhões em anúncios de TV no Estado. Ohio é vital para os cálculos de Mitt Romney, uma vez que nenhum republicano jamais se elegeu presidente do país sem vencer ali. Contudo, para dissabor do opositor, uma economia local com resultados acima da média nacional pode ser o fator que leve o atual incumbente a ganhar um voto de confiança para mais quatro anos de mandato.

Wisconsin

Apesar de o Partido Democrata ter sido o mais votado em Wisconsin nas últimas seis eleições presidenciais, a expectativa de uma disputa acirrada voltou a colocar o Estado no centro da campanha eleitoral. Acredita-se que Romney tenha escolhido o político local Paul Ryan como seu candidato à vice para alavancar sua candidatura na região. O Estado possui 10 representantes no colégio eleitoral.

Virgínia
A Virgínia foi considerada um sólido Estado republicano durante a segunda metade do século XX. No entanto, o quadro mudou em 2008, quando Obama venceu no Estado em meio a uma avassaladora campanha que se aproveitou da sede de mudança após oito anos de uma cambaleante administração republicana. Neste ano, porém, a campanha de Romney investiu forte (US$ 55 milhões em anúncios televisivos até meados de outubro) para reconquistar os 13 delegados da Virgínia. Para não ficar atrás, a campanha de Obama também investiu pesado (US$ 51 milhões), o que faz da região a segunda em que mais dinheiro foi gasto até agora.

New Hampshire

Com apenas 4 votos no colégio eleitoral, New Hampshire tem pouco peso na escolha do presidente americano. No entanto, em um cenário no qual cada voto disponível é fervorosamente cobiçado por ambos os candidatos, este Estado tem atraído grande atenção das duas campanhas. Um fator curioso também atrai os holofotes para New Hampshire. Em algumas de suas pequenas cidades é possível votar a partir da meia-noite. Como a apuração nesses locais é imediata, ali eles colhem as primeiras vitórias oficiais das eleições, o que, se não representa muito politicamente, é sempre um fator explorado pela mídia.

Iowa

Iowa é mais um Estado que acaba atraindo grande atenção apesar de ter poucos votos no colégio eleitoral (6). Em Iowa, US$ 45 milhões de dólares foram gastos até o momento pelas duas campanhas em anúncios de TV. Em 2008, Obama bateu o republicano John McCain por 54% a 44% dos votos, margem que não deve se repetir ante uma previsão de acirrada disputa. O peso político do Estado, no entanto, costuma ser maior durante a fase das primárias intrapartidárias, uma vez que o caucus local abre o calendário eleitoral americano e esta primeira vitória é sempre arduamente cobiçada.

Nevada

Famoso por Las Vegas, Nevada é mais um Estado que deu ampla vitória a Obama em 2008 (55% a 43%) e onde se espera que o pleito seja decidido por uma pequena margem desta vez. Com 6 representantes no colégio eleitoral, estão em jogo ali votos que nas últimas décadas acabaram com o candidato que viria a assumir a presidência. O democrata Jimmy Carter, em 1976, foi o último a chegar à Casa Branca sem vencer no Estado.

Carolina do Norte

A Carolina do Norte era mais um Estado solidamente identificado com o Partido Republicano até a vitória de Obama nas eleições de 2008. Para repetir a pequena margem de quatro anos atrás (50% a 49%), Obama tem pela frente grandes desafios. Com uma elevada taxa de desemprego - acima dos 9,5% -, o Estado apresenta níveis econômicos abaixo da média nacional, o que pode facilitar a ambição de Romney de recuperar para os republicanos os 15 votos aos quais a Carolina do Norte tem direito no colégio eleitoral.

Colorado

Considerado um importante campo de batalha nas eleições deste ano e com 9 votos no colégio eleitoral, o Colorado foi marcado em 2012 por uma tragédia: o massacre de 12 pessoas em um cinema da cidade de Aurora durante a estreia do filme Batman - o Cavaleiro das Trevas Ressurge. A partir da tragédia, iniciou-se um debate nacional sobre a facilidade de se comprar armas em alguns Estados e a flexível e pouco restritiva legislação nacional sobre o tema. Apesar de ter sido mencionado em debates e comícios, o assunto, porém, tem se mantido a margem da discussão eleitoral.

Fonte: Terra
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