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Oriente Médio

Hamas diz que presos no Egito fugiram e retornaram a Gaza

7 fev 2011 - 16h36
(atualizado às 17h02)
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O Hamas anunciou nesta segunda-feira em comunicado que vários de seus militantes que estavam presos no Egito conseguiram escapar da prisão durante os protestos do país e retornaram a Gaza.

info infográfico distúrbios egito
info infográfico distúrbios egito
Foto: Reuters

O movimento islâmico, que controla a faixa palestina desde junho de 2007, comemorou a volta dos partidários, entre os quais está Ayman Nufal, membro de destaque do braço armado do Hamas, as "Brigadas de Ezedin al-Qassam", e que ficou detido em uma prisão egípcia durante três anos.

Morador do campo de refugiados de Nuseirat, no centro da faixa litorânea, Nufal foi preso no território egípcio após sair de Gaza, em 2008.

Assim como milhares de palestinos, a fuga aconteceu depois que habitantes da faixa e membros do Hamas perfuraram a cerca fronteiriça que separa Gaza do Egito, em uma tentativa de romper com o bloqueio ao território.

"Fui ao Sinai como vários moradores de Gaza para obter comida e combustível, mas fui preso em um posto de segurança egípcio, e depois fui severamente torturado e preso sem ter ido a julgamento", explicou Nufal em uma entrevista concedida por telefone à agência EFE.

Nos últimos três anos, o Hamas convocou várias manifestações e passeatas na Faixa de Gaza para pedir ao Cairo a libertação de Nufal e outros palestinos presos no Egito.

Muitos desses prisioneiros conseguiram escapar nas últimas semanas e chegar à faixa aproveitando-se do caos instalado no país vizinho em decorrência dos protestos destinados a derrubar o regime do presidente Hosni Mubarak.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo. Enquanto isso, começaram a aparecer sinais de que Mubarak deve permanecer no cargo durante o processo de transição.



EFE   
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