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Mundo

Dilma quer providências urgentes para libertação de repórter

10 mar 2011 - 12h28
(atualizado às 12h49)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta quinta-feira que o governo brasileiro tome "providências urgentes" para a libertação do jornalista Andrei Netto que, durante cobertura sobre os conflitos na Líbia, foi preso por forças fieis ao ditador Muammar Kadafi. O jornalista, do jornal O Estado de S. Paulo, perdeu contato com sua equipe há uma semana quando estava na área de Zawiya, uma das regiões onde os conflitos são mais intensos. Netti foi localizado nesta quinta, preso em uma penitenciária a 20 km da capital Trípoli.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

"A presidenta Dilma Rousseff está acompanhando com atenção a situação do jornalista brasileiro Andrei Netto (...) e determinou ao ministro interino das Relações Exteriores, embaixador Ruy Nogueira, providências urgentes para assegurar sua integridade física e sua libertação", disse o porta-voz da presidência, Rodrigo Baena Soares. "O embaixador brasileiro na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, está envidando todos os esforços necessários Juno às forças que atuam na região para a ponta solução do caso", completou.

Hoje, segundo a Agência Senado, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Paulo Paim (PT-RS) anunciaram que estabeleceram contato com o embaixador da Líbia em Brasília, Salem Ezubedi, a partir do qual garantiram que Netto será libertado ainda nesta quinta-feira. Junto com Netto, no oeste da Líbia, viajava um repórter iraquiano do jornal britânico The Guardian, que está desaparecido.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.

Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte- cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.

Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.

Fonte: Terra
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