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"Revolucionários" líbios lançam site após estreia no Twitter

7 mar 2011 - 17h26
(atualizado às 18h48)
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O Conselho Nacional de Transição Interino (CNTR), órgão do governo dos rebeldes líbios, criou nesta segunda-feira seu site (www.ntclibya.org), um dia após lançar sua conta no Twitter, que em menos de 24 horas conta com 3,63 mil seguidores.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

A página oferece duas versões, uma em árabe e outra em inglês, embora logo após ser lançada apresentasse sérias dificuldades de acesso e uma grande lentidão de navegação.

Além da apresentação do organismo criado pelos rebeldes contra o coronel Muammar Kadafi, o endereço oferece notícias. Os responsáveis dizem estar muito orgulhos com o trabalho, mas admitiram no Twitter sua dificuldade para manter o site.

Em parelelo, o serviço de internet na Líbia continuou desligado nesta segunda-feira pelo quinto dia consecutivo desde que na última quinta-feira a rede deixou de funcionar na véspera das operações militares do governo contra os rebeldes, conforme aponta o Google Transparency Report.

A transferência de dados com entrada e saída em terminais líbios se encontra quase cancelada desde o dia 3 de março, apesar das linhas de comunicação estarem ativas e ainda se registrar algum tráfico, mostra o relatório.

"Esta tática faz sentido do ponto de vista do governo (líbio). A internet é um recurso muito valioso em tempo de guerra", explicaram os analistas da Renesys.

O único fornecedor de internet na Líbia é a companhia Libya Telecom and Technology (LT&T) fundada em 1997, dirigida pela família do líder Muammar Kadafi e integrada no grupo estatal de telecomunicações e correios GPTC.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional

EFE   
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