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Estados Unidos

Intervenção militar na Líbia deve ter aprovação internacional, diz Gates

7 mar 2011 - 17h22
(atualizado às 18h37)
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O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou nesta segunda-feira que qualquer intervenção militar contra as forças do coronel MuamMar Kadafi requer uma aprovação internacional.

info infográfico líbia infromações sobre o país
info infográfico líbia infromações sobre o país
Foto: AFP

"Preparamos para o presidente Barack Obama um certo número de opções, levando em conta as capacidades de realizá-las", afirmou Gates ao ser indagado sobre uma possível resposta militar à situação na Líbia.

"Faremos o que o presidente decidir, mas creio que, atualmente, é senso comum que qualquer ação deve ser resultado de uma sanção internacional prévia", acrescentou em entrevista em Cabul, onde se encontra em visita.

Mais cedo, o Barack Obama advertiu aos assessores do líder libio Muammar Kadafi que deverão responder pela violência em seu país.

"Quero enviar uma mensagem clara aos colaboradores do coronel Kadafi. São eles que devem escolher como atuarão no futuro. Terão de prestar contas por qualquer ato de violência que ocorrer", afirmou Obama.

Obama igualmente afirmou que a Otan deve se reunir em Bruxelas para discutir uma reação à violência na Líbia, incluindo ações militares, e indicou ter dado sua autorização a uma ajuda extra de US$ 15 milhões para as operações humanitárias ligadas à crise.

"Enquanto isso, temos a Otan, com quem falamos, que está consultando em Bruxelas o amplo leque de potenciais opções, incluindo potenciais ações militares, como resposta à violência que continua acontecendo na Líbia", explicou Obama.

O presidente americano falou no Gabinete Oval depois de um encontro com a primeira-ministra da Austrália Julia Gillars, mas não quis responder a uma pergunta sobre o impacto da crise do Oriente Médio sobre o preço do petróleo.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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