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Mundo

Mais de 190 mil já fugiram da violência na Líbia, diz ONU

5 mar 2011 - 13h16
(atualizado às 13h31)
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Mais de 190 mil pessoas fugiram até o momento da violência na revolta contra o regime de Muammar Kadafi na Líbia, e 10.000 refugiados ainda estão no país e seguem para a fronteira com o Egito, anunciou a ONU neste sábado. "Um total de 191.748 pessoas, principalmente trabalhadores emigrados, abandonaram a Líbia até o momento", informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) em um relatório, que cita números da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Refugiados egípcios carregam pertences para partir no porto de Zarzis, na Tunísia
Refugiados egípcios carregam pertences para partir no porto de Zarzis, na Tunísia
Foto: Reuters

Até quinta-feira, 104.275 pessoas se refugiaram na Tunísia, 85.000 chegaram ao Egito e 4.000 entraram na Argélia, detalhou o OCHA. No entanto, o controle da fronteira com a Tunísia pelas forças leais a Muamar Kadhafi provocou a redução do fluxo de refugiados, advertiu a agência da ONU. A Líbia, cenário de uma violenta revolta contra Kadafi, tinha antes da revolta 2,5 milhões de imigrantes, sendo um milhão de trabalhadores egípcios, segundo a OIM.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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