PUBLICIDADE

Estados Unidos

EUA descartam oferta de mediação da Venezuela na Líbia

3 mar 2011 - 18h59
(atualizado às 19h27)
Compartilhar

Os Estados Unidos descartaram nesta quinta-feira a proposta de mediação da Venezuela para ajudar a colocar fim à violência na Líbia e afirmou que o líder Muammar Kadafi não precisa que se diga "o que tem que fazer". O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, insistiu, no entanto, em instar Kadafi a abandonar o poder depois destas três semanas de revoltas que o líder líbio tentou sufocar com suas forças de segurança.

info infográfico líbia infromações sobre o país
info infográfico líbia infromações sobre o país
Foto: AFP

"Não é necessário que uma comissão internacional diga ao coronel Kadafi o que precisa fazer para o bem de seu país e a segurança de seu povo", disse Crowley a jornalistas quando questionado sobre a proposta venezuelana. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, aliado de Kadhafi, propôs criar uma missão internacional de paz com nações amigas para tentar mediar a crescente violência na Líbia e evitar uma guerra civil. A Liga Árabe disse estudar essa proposta.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade