Oposição líbia rejeita proposta de mediação de Chávez
A rebelião líbia rejeitou nesta quinta-feira, com veemência, a proposta de mediação internacional do presidente venezuelano Hugo Chávez para solucionar a crise na Líbia, disse um porta-voz do Conselho Nacional da oposição, em Benghazi (leste).
"Temos uma posição muito clara: agora é tarde, foi derramado muito sangue", disse o porta-voz Mustafá Gheriani, encarregado da assessoria de imprensa do Conselho Nacional de cidades, em mãos da oposição, com sede em Benghazi (mil km a leste de Trípoli).
Chávez propôs segunda-feira criar missão internacional de paz formada por vários países amigos para evitar uma guerra civil na Líbia, ao mesmo tempo em que condenou qualquer ação militar contra o país.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.