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América Latina

Chávez expressa apoio ao governo da Líbia

26 fev 2011 - 10h19
(atualizado às 10h47)
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expressou na sexta-feira seu apoio ao governo da Líbia e pediu paz no país que enfrenta uma semana de protestos. Ele ressaltou, no entanto, que não aplaude as decisões tomadas por seus aliados no mundo.

Kadafi fuma um cigarro americano durante cúpula da Liga Árabe de 2004, na Tunísia
Kadafi fuma um cigarro americano durante cúpula da Liga Árabe de 2004, na Tunísia
Foto: AFP

Chávez, que afirmou ser amigo do líder líbio Muammar Kadafi, assim como de outros presidentes, manifestou preocupação com as manifestações em alguns países com risco de guerras civis, como o caso da Líbia.

"Não posso dizer que apoio, ou estou a favor, ou aplaudo qualquer decisão tomada por qualquer amigo meu em qualquer parte do mundo, não...mas nós sim apoiamos o governo da Líbia", disse Chávez na noite de sexta-feira, em declarações transmitidas pela TV estatal.

"Não pude falar com Kadafi todos estes dias", completou ele. A Líbia vive uma crise política. Manifestantes pedem a saída de Kadafi, no poder há 41 anos, e têm sido reprimidos de forma violência, gerando críticas da comunidade internacional.

Na quinta-feira, Chávez, que reforçou os laços diplomáticos e comerciais com Kadafi, comentou em sua conta na rede social twitter: "Viva a Líbia e sua Independência! Kadafi enfrenta uma guerra civil!!".

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

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