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África

ONU sanciona congelamento de bens de Kadafi

25 fev 2011 - 22h09
(atualizado às 22h56)
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O projeto de resolução negociado pelo Conselho de Segurança da ONU sanciona o congelamento de bens e a proibição para viajar do líder líbio Muammar Kadafi, assim como de 21 membros de seu círculo familiar e assessores mais próximos.

info infográfico kadafi líbia
info infográfico kadafi líbia
Foto: AFP

Entre eles estão seus filhos Khamis, Hannibal, Mohammed, Said el Arab, Said el Islam, Mutassim e Aisha, além dos principais responsáveis pelos aparatos de segurança, inteligência e Forças Armadas, segundo uma cópia do documento divulgado nesta sexta-feira pela rede ABC.

O texto elaborado por França e Reino Unido, com a colaboração de outros países, inclui o ministro da Defesa, general Abu Bakr Yunis Jabir, o diretor da inteligência militar, coronel Abdullah al Senussi, e o comandante das forças armadas, coronel Massoud Abdulhafiz.

Também menciona os primos de Kadafi, Sayyid Qadaf el Dam, acusado de participar da aquisição de armamento para o regime, e Ahmed Mohammed Qadaf el Dam, por supostamente ter participado de atividades terroristas e da perseguição de dissidentes líbios no exterior.

Os embaixadores dos 15 membros do Conselho de Segurança retomarão as negociações no sábado para tentar superar as diferenças que impediram a adoção nesta sexta-feira, em reunião de emergência, do projeto de resolução.

Além das sanções a Kadafi e seus próximos, a declaração também inclui um embargo de armas e encarrega a Justiça do Tribunal Penal Internacional (TPI) de averiguar os possíveis crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante a repressão dos protestos populares contra o regime de Trípoli.

O embaixador da França perante a ONU, Gérard Araud, se mostrou esperançoso ao término da reunião desta sexta-feira de que as sanções possam ser adotadas na tarde do próximo sábado.

Segundo ele, o único ponto no qual existem divergências é o referente ao TPI, já que alguns membros consideram este assunto "muito sensível" por não ser parte do Tratado de Roma.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

EFE   
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