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Distúrbios no Mundo Árabe

União Europeia pede o fim da violência no Egito

29 jan 2011 - 11h05
(atualizado às 13h17)
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O presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, fez um apelo neste sábado pelo fim da violência e do banho de sangue no Egito, onde a repressão aos protestos contra o presidente Hosni Mubarak já deixou mais de 50 mortos desde terça-feira.

O presidente egípcio afirmou que estava comprometido com reformas políticas e econômicas e disposto a garantir a estabilidade do país
O presidente egípcio afirmou que estava comprometido com reformas políticas e econômicas e disposto a garantir a estabilidade do país
Foto: AP

"Estou profundamente angustiado com a espiral de violência que está conduzinho a uma situação que torna o diálogo ainda mais difícil", disse Van Rompuy em um comunicado. "O respeito aos direitos humanos fundamentais, como a liberdade de expressão, o direito de se comunicar, e o direito à associação livre, além da inclusão social, são elementos constitutivos da democracia, pela qual o povo egípcio e particularmente os jovens estão lutando", afirmou.

"A história nos mostra que o diálogo também pode levar à mudança, se um ambiente propício for desenvolvido sem o uso da força ou uma intervenção militar. Assim, eu peço o fim da violência para acabar com o banho de sangue, a libertação de todos aqueles mantidos em prisão domiciliar por razões políticas, incluindo figuras políticas, e o início de um processo necessário de reformas", disse ele.

"Espero sinceramente que as promessas de abertura do presidente Mubarak traduzam em ações concretas", afirmou o presidente da União Europeia.

Egípcios desafiam governo Mubarak

A onda de protestos dos egípcios contra o governo do presidente Hosni Mubarak, iniciados no dia 25 de janeiro, tomou nova dimensão na última sexta-feira. O governo havia tentado impedir a mobilização popular cortando o sinal da internet no país, mas a medida não surtiu efeito. No início do dia dia, dois mil egípcios participaram de uma oração com o líder oposicionista Mohama ElBaradei, que acabou sendo temporariamente detido e impedido de se manifestar.

Os protestos tomaram corpo, com dezenas de milhares de manifestantes saindo às ruas das principais cidades do país - Cairo, Alexandria e Suez. Mubarak enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher, o qual acabou virtualmente ignorado pela população. Os confrontos com a polícia aumentaram, e a sede do governista Partido Nacional Democrático foi incendiada.

Já na madrugada de sábado (horário local), Mubarak fez um pronunciamento à nação no qual ele disse que não renunciaria, mas que um novo governo seria formado em busca de "reformas democráticas". Defendeu a repressão da polícia aos manifestantes e disse que existe uma linha muito tênue entre a liberdade e o caos. A declaração do líder egípcio foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia. O governo encabeçado por Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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