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Europa

Ucrânia afirma ter detido 10 paraquedistas russos no leste

Jornalistas que trabalham para um periódico da Crimeia, península anexada à Rússia no início do ano, desapareceram após acompanharem um desfile de membros das forças ucranianas na região de Donetsk

25 ago 2014 - 21h45
(atualizado em 26/8/2014 às 16h02)
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<p>Segundo os&nbsp;Servi&ccedil;os de Seguran&ccedil;a da Ucr&acirc;nia, os paraquedistas estavam armados</p>
Segundo os Serviços de Segurança da Ucrânia, os paraquedistas estavam armados
Foto: Ministério da Defesa da Ucrânia

Os serviços de segurança ucranianos afirmaram nesta segunda-feira que o Exército havia detido dez paraquedistas russos no leste da Ucrânia e que os soldados estavam sendo interrogados em uma investigação criminal.

De acordo com um comunicado dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), os militares da 98ª Divisão Aerotransportada, com sede na Rússia Central, foram detidos perto da aldeia ucraniana de Dzerkalne, cerca de 50 quilômetros a sudeste da cidade de Donetsk, reduto dos insurgentes pró-Rússia.

"Foi aberta uma investigação criminal sobre a passagem ilegal de cidadãos russos armados pela fronteira", declararam os SBU em um comunicado. "Soldados russos foram detidos com documentos pessoais e armas", acrescentou.

O ministro ucraniano de Defesa, Valeri Geletey, disse que os soldados foram detidos nesta segunda-feira.

O anúncio acontece horas antes de o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, se reunirem em Minsk na terça-feira para tentar alcançar uma solução para o conflito no leste da Ucrânia.

Desaparecimento de jornalistas

Uma repórter e um fotógrafo de um jornal da Crimeia, a península ucraniana anexada em março à Rússia, estão desaparecidos desde domingo, na Ucrânia - anunciou o veículo nesta segunda-feira.

<p>Prisioneiros dos separatistas pró-Rússia são forçados a desfilar pelas ruas de Donetsk em 24 de agosto</p>
Prisioneiros dos separatistas pró-Rússia são forçados a desfilar pelas ruas de Donetsk em 24 de agosto
Foto: Sergei Grits / AP

Maxime Vassilenko, fotógrafo do jornal Télégraphe de Crimée que também trabalha para a AFP e para a agência pública russa Ria-Novosti, e sua colega, a jornalista Evguenia Koroliova "não dão notícias desde as 18h30 GMT de domingo (15h30, horário de Brasília)", declarou à AFP a editora-chefe do jornal, Maria Volkonskaia.

"Evguenia telefonou ontem à noite para uma amiga dela, afirmando que militantes do grupo ultrarradical ucraniano Setor Direito os fez descer do ônibus", na Crimeia, no qual os dois voltavam, disse Maria.

A dupla fez uma reportagem sobre o humilhante desfile de prisioneiros de guerra em Donetsk, reduto dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia. "Desde então, não soubemos mais deles", completou.

No domingo, dia da Independência da Ucrânia, de 40 e 50 soldados ucranianos enquadrados como rebeldes separatistas armados sofreram uma terrível humilhação em Donetsk, onde foram exibidos nas ruas e vaiados pela multidão.

No início de agosto, a Rússia já havia anunciado uma investigação sobre o desaparecimento, na Ucrânia, de um fotógrafo de agência de notícias Ria-Novosti, Andrei Sténine.

"Vamos verificar a hipótese de um envolvimento da Guarda Nacional ucraniana e das estruturas de forças na detenção do jornalista russo", declarou na época o Comitê de Investigação russo em um comunicado.

Em junho, outros dois jornalistas da rede de televisão Zvezda, que pertence ao Ministério russo da Defesa, foram detidos pela Guarda Nacional ucraniana, assim como dois jornalistas russos do canal pró-Kremlin Life News, em maio.

No conflito ucraniano, três jornalistas foram mortos em junho, e um fotógrafo italiano e seu assistente russo morreram no final de maio.

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