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Europa

Europeus pressionam em favor de zona de exclusão na Líbia

15 mar 2011 - 16h50
(atualizado às 18h07)
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França e Grã-Bretanha pressionam em favor de uma zona de exclusão aérea na Líbia para impedir os ataques do regime de Muammar Kadafi contra civis, disse um enviado francês.

"Estamos falando de horas, e em questão de horas pensamos que uma zona de exclusão aérea é o mínimo que podemos fazer", disse o embaixador francês na ONU, Gerard Araud, a jornalistas.

"Se agora mesmo estamos atolados, não é só porque a Europa é impotente, é porque, por enquanto, no Conselho de Segurança a China não quer nenhuma menção a uma resolução que leve à interferência da comunidade internacional nos assuntos de um país", acrescentou.

O embaixador explicou depois que o chanceler francês Alain Juppé disse que a China, membro do conselho com capacidade de veto, estava bloqueando a ação da ONU com relação à Líbia.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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