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Mundo

Em Berlim, Merkel e Hollande destacam "pontos em comum"

15 mai 2012 - 14h54
(atualizado às 18h17)
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A chanceler alemã, Angela Merkel, e novo presidente francês, François Hollande, iniciaram nesta terça-feira em Berlim as conversações que devem definir o destino político e econômico da Europa nos próximos meses. A crise no velho continente, claro, norteou o diálogo. Especificamente o caso grego. Em entrevista coletiva após o encontro, os dois chefes de Estado defenderam a permanência da Grécia na zona do euro. Além disso, sustentaram que têm pontos em comum a respeito das políticas fiscais.

Hollande e Merkel participam de entrevista coletiva em Berlim; "pontos em comum" para salvar a Europa
Hollande e Merkel participam de entrevista coletiva em Berlim; "pontos em comum" para salvar a Europa
Foto: AFP

"O crescimento é um conceito geral e que pode referir-se a distintos tipos de medidas", disse Merkel. De acordo com a chanceler, ela e Hollande continuarão discutindo os variados pontos de vista de ambos. O presidente francês adotou o mesmo tom conciliatório - comportamento diferente das posições diferentes que ambos vinham manifestando a respeito da crise. "Sobre a questão do crescimento, o método que nós concordamos é colocar todas as ideias sobre a mesa e avaliar os meios legais existentes para colocá-las em prática", disse Hollande.

O político socialista chegou à capital alemã em sua primeira visita ao exterior poucas horas após ter tomado posse como sétimo chefe do Estado da Quinta República da França. Na viagem rumo a Berlim, um susto. O avião em que estava Hollande foi atingido por um raio, obrigando a aeronave a retornar a Paris para trocar de aeronave. Por causa do transtorno, o líder francês chegou a Berlim com uma hora e 15 minutos de atraso em relação ao horário previsto. A insistência em encarar o tempo ruim no trajeto tinha um motivo claro: conhecer-se, já que Merkel e Hollande nunca haviam se encontrado pessoalmente.

Além disso, tanto Berlim como Paris reiteraram nos últimos dias a importância da tradicional amizade franco-alemã para a Europa e seu papel na União Europeia. Hollande ressaltou a importância das relações entre Alemanha e França para ambos os países e também para a Europa, classificando-as como "estreitas, equilibradas e de respeito mútuo". Segundo analistas, os dois dirigentes deverão buscar um compromisso e o contexto exige entendimentos, uma vez que os ajustes não têm provocado as melhoras esperadas. A própria Merkel, cujo partido CDU sofreu no domingo uma dura derrota nas eleições regionais, admitiu ser a favor do crescimento, com a condição de evitar novas espirais de endividamento.

Europa em crise; Grécia em desespero
Segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira, a Eurozona, formada por 17 dos 27 países da União Europeia (UE), teve no primeiro trimestre de 2012 um crescimento nulo e evitou a recessão principalmente graças à resistência da economia alemã, que cresceu 0,5% com relação ao trimestre anterior e 1,7% em comparação com o mesmo período de 2011. O PIB da Espanha teve uma queda trimestral de 0,3% e a França registrou um crescimento nulo. No fundo da lista está a Grécia, em recessão há cinco anos, que teve uma queda de 6,2% de seu PIB interanual e está imersa em uma grave crise após as eleições legislativas de 6 de maio, que deixaram em minoria os partidos tradicionais, partidários dos ajustes impostos pela UE e pelo FMI em troca dos planos de resgate.

Fonte: Terra
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