Alemanha congela bens de um dos filhos de Muammar Kadafi
A Alemanha anunciou nesta terça-feira que congelou uma conta bancária que um filho do líer líbio Muammar Kadafi possui num banco privado do país, e onde estão depositados dois milhões de euros (US$ 2,8 milhões).
Um porta-voz do ministério da Economia não revelou a identidade do filho e da instituição bancária envolvidas.
O ministério da Economia adotou esta "decisão temporária referente a um caso particular" em consenso com os ministério das Relações Exteriores e das Finanças, assim como o Bundesbank, o banco central alemão, em reação aos acontecimentos na Líbia, cenário de uma violenta rebelião contra Kadhafi, indica o comunicado.
"A Alemanha está trabalhando com a União Europeia e está do lado de todos que pressionam pela decracia e o império da lei", afirmou o ministro da Economia, Rainer Bruederle.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.